Folha de S. Paulo


Cosan declara força maior após incêndio; entrega de açúcar pode atrasar

A Cosan, maior produtora de açúcar do Brasil, declarou força maior para alguns clientes depois que um incêndio destruiu armazém no porto de Santos, informou a companhia nesta terça-feira (5).

A medida foi preventiva, enquanto a empresa avalia os estragos causados pelo fogo, que começou no domingo (3) à tarde e foi controlado pelos bombeiros apenas na segunda.

Algumas entregas podem sofrer atrasos, disse a Cosan por meio da assessoria de imprensa. A empresa não informou quantos clientes foram afetados.

Um dos dois terminais operados pela Rumo, divisão de logística da Cosan, não foi afetado pelo incêndio, e pelo menos um berço no segundo terminal, o terminal 19, retomou operações na segunda-feira.

A Cosan ainda avalia se algum volume das 15 mil toneladas de açúcar do armazém 10, destruído pelo fogo, pode ser recuperado. A empresa ainda não estimou uma data para o início do trabalho de reconstrução do armazém, disse a assessoria.

O mercado de açúcar minimizou o incêndio, com operadores citando danos de pequenas proporções e pouca demanda urgente por açúcar brasileiro.

INCÊNDIO

A Cosan disse que cerca de cem funcionários trabalhavam no local na tarde de domingo, quando o fogo começou.

Não houve relato de feridos no local.

Os danos no terminal da Rumo, que pode exportar 12 milhões de toneladas anualmente, têm menor potencial de preocupar o mercado do que outro incêndio, ocorrido no ano passado em terminal da Copersucar (leia mais abaixo). Os estragos do incêndio podem interromper os carregamentos no curto prazo e atrasar as operações.

O Brasil, maior produtor e exportador mundial de açúcar, está no meio da safra de cana do Centro-Sul, que deve produzir entre 32 milhões e 34 milhões de toneladas de açúcar, levemente abaixo das estimativas iniciais, devido ao impacto de uma seca no início do ano.

COPERSUCAR

Em outubro do ano passado, um outro incêndio causou grandes estragos no terminal de exportação da Copersucar, maior comercializadora de açúcar do mundo.

O terminal da Copersucar, que ainda recebe reparos pelo incêndio de outubro, fica próximo aos armazéns da Rumo.

Até junho, a Copersucar já havia restaurado cerca de metade de sua capacidade anual de 10 milhões de toneladas de exportação via Santos, tendo conseguido realocar parte dos carregamentos para outros terminais, incluindo o da Rumo.

A Copersucar estima conseguir voltar à capacidade normal em seu terminal depois de fevereiro de 2015.


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