Folha de S. Paulo


Bolsa opera no vermelho em mais um dia de aversão ao risco no exterior

O principal índice da Bolsa brasileira opera em leve queda nesta sexta-feira (1º), apesar de o crescimento do emprego nos Estados Unidos ter desacelerado mais que o esperado em julho, o que esfria a possibilidade de aumento nos juros daquele país antes de meados de 2015.

Uma alta no juro básico americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA –remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco– mais atraentes do que aplicações nos emergentes, motivando uma fuga de recursos desses países.

O Ibovespa tinha, às 12h10 (de Brasília), desvalorização de 0,32%, para 55.651 pontos. O volume financeiro era de R$ 1,990 bilhão. O índice era influenciado, segundo analistas, pelo clima de aversão ao risco nos mercados internacionais, refletindo o indicador negativo dos EUA e as tensões entre Rússia e o Ocidente, além dos conflitos no Oriente Médio e o calote técnico da Argentina.

As ações da empresa de alimentos BRF lideravam os ganhos entre os 70 papéis do Ibovespa, com alta de 3,33% (a R$ 57,35). A companhia divulgou alta de 28% no lucro líquido do segundo trimestre em relação a igual período do ano passado.

Do outro lado da Bolsa, a ação preferencial (sem direito a voto) da mineradora Vale caía 1,78%, para R$ 28,61, e ajudava a segurar o Ibovespa no vermelho.

O banco Nomura cortou seu preço-alvo para o ADR (recibo de ações negociado na Bolsa de Nova York) da Vale de US$ 31 para US$ 20, recomendando compra. Já o Morgan Stanley elevou o preço-alvo de US$ 15,20 para US$ 16, com recomendação "equal weight" –desempenho em linha com o mercado.

A PDG Realty encabeçava a lista das maiores perdas do Ibovespa, às 12h10, com baixa de 2,07%, a R$ 1,42. O papel reagia à notícia de que a empresa ampliou o prejuízo no segundo trimestre a R$ 135,3 milhões, acima do esperado, em um período marcado por vendas e lançamentos menores.

"O resultado abaixo da expectativa reflete uma combinação de um ambiente mais difícil de vendas e despesas financeiras maiores que as esperadas, como consequência do processo de refinanciamento", afirmou a equipe de análise do Citi em relatório.

CÂMBIO

Mesmo com o clima de aversão ao risco nos principais mercados internacionais, a menor chance de alta nos juros americanos após os dados de emprego dos EUA em julho fazia com que o dólar tivesse queda sobre o real nesta sexta-feira, se ajustando ao ganho de mais de 1% nos últimos dois dias.

Às 12h10, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,53%, para R$ 2,257 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, caía 0,65%, a R$ 2,260.

O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 contratos de swap (operação que equivale à venda futura de dólares), pelo total de US$ 198,7 milhões.

Com Reuters


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