Folha de S. Paulo


Reino Unido passa Brasil e responde por maior parte do lucro do Santander

A operação do Santander no Reino Unido, comandada por Ana Patricia Botín, a filha do patriarca do banco Emilio e cotada como principal nome para sucedê-lo no grupo, ultrapassou o Brasil como unidade que mais contribuiu com o lucro do banco espanhol no segundo trimestre.

O país respondeu por 20% do lucro de 1,453 bilhão de euros, enquanto o Brasil contribuiu com 19%. Até então, o Brasil respondia entre 21% e 26% do resultado do grupo no mundo.

Segundo Jesus Zabalza, presidente do Santander Brasil, o encolhimento do Brasil no resultado global do banco se deve ao crescimento menor do país e à aceleração das economias britânica e espanhola, que crescerão mais de 2% e 3%, respectivamente, neste ano. O Brasil deve ter crescimento de menos de 1%.

"É uma demonstração de que nossa diversificação geográfica funciona. Nos anos anteriores, Europa estava em crise e a América Latina representava mais de 50% do lucro. Hoje, obviamente, as outras regiões estão crescendo mais. Nos próximos anos, isso pode mudar porque temos muita confiança no crescimento da América Latina e do Brasil", disse.

No Brasil, o crédito cresceu apenas 4,9% em um ano no Santander –abaixo da previsão de expansão de 10% do mercado. Os financiamentos para pequenas e médias empresas encolheu 12,1% em 12 meses, enquanto o crédito para o consumo recuou 0,5% nessa comparação.

Por outro lado, o financiamento para grandes empresas saltou 12,5% e teve o melhor desempenho no banco. A aceleração se deve, segundo Zabalza, à ampliação dos empréstimos para infraestrutura, ramo em que o banco espanhol figura entre os maiores do país.


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