Folha de S. Paulo


EUA têm forte recuperação no segundo trimestre e economia cresce 4%

O crescimento da economia dos Estados Unidos acelerou mais que o esperado no segundo trimestre. Além disso, a contração no período anterior foi menos severa do que o relatado anteriormente, o que pode fortalecer as perspectivas de um desempenho mais forte nos últimos seis meses do ano.

O Produto Interno Bruto (PIB) expandiu a uma taxa anual de 4,0% no segundo trimestre. A atividade acelerou de forma ampla após encolher 2,1% no primeiro trimestre (número revisado –antes, havia sido divulgado queda de 2,9% ), informou o Departamento do Comércio nesta quarta-feira (30).

Nos EUA, são comuns as revisões de PIB trazerem números bem diferentes dos inicialmente anunciados –isso já é esperado.

Editoria de Arte/Folhapress

Esta primeira leitura do dado do segundo trimestre também pode ser revista, já que ela se baseia em dados de apenas dois meses para a maioria das estatísticas. A próxima estimativa sai no dia 28 de agosto.

A alta de agora veio bem acima do esperado por analistas, que previam crescimento em torno de até 3%.

O crescimento do emprego, cuja criação de vagas tem superado a marca de 200 mil em cada um dos últimos cinco meses, e leituras fortes sobre os setores industrial e de serviços do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) sustentam as expectativas altistas para o resto do ano.

O aumento dos gastos com consumo duplicou para 2,5%. Já os gastos com bens duráveis, como veículos e eletrodomésticos, subiu 14%, a maior cifra desde 2009.

A alta de 9,5% nas exportações compensou a queda de 9,2% registrada no trimestre anterior. As importações cresceram 11,7%.

Os dados de agora não devem influenciar muito a política monetária, uma vez que o banco central norte-americano já minimizou a contração da produção no primeiro trimestre, considerando-a como uma anomalia relacionada ao clima.

PRIMEIRO TRIMESTRE

A contração do PIB no primeiro trimestre ocorreu pelo inverno rigoroso do período, retração em exportações e importações e queda na construção civil.

Apesar da retração brusca naquele período, o país não voltou a sofrer uma recessão, tecnicamente definida como dois trimestres consecutivos de queda no PIB.

Considerando o primeiro semestre, a expensão ficou em 0,9%. Com isso, o crescimento em 2014 como um todo pode ficar em média acima de 2%, leitura acima do esperado pelo FMI.

ESTIMATIVAS

O Fundo Monetário Internacional estimou na semana passada que a economia dos Estados Unidos vai crescer ainda mais lentamente neste ano do que previa há um mês devido à fraqueza no primeiro trimestre –na análise que fizera, o FMI ainda usava os dados não revistos para o PIB do período.

O FMI, na ocasião, afirmou que a maior economia do mundo deve crescer 1,7% em 2014, contra previsão em junho de 2%.

Para o Fundo, a atividade dos EUA deve acelerar para uma taxa de 3% a 3,5% no resto do ano, e permanecer em 3% no ano que vem e em 2016.

"Ainda assim, o peso sobre o crescimento da contração no primeiro trimestre não será compensado", disse a equipe do FMI em sua análise anual da economia norte-americana.


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