Folha de S. Paulo


Fundos que aplicam em títulos públicos ou privados têm volatilidade

Apesar de o nome renda fixa passar a ideia de tranquilidade, os fundos que aplicam em títulos públicos ou privados têm uma pitada de volatilidade.

Isso ocorre porque os papéis públicos nos quais eles investem passam pela marcação a mercado, mecanismo que atualiza, diariamente, o valor do título pela diferença entre a taxa de juro atual e a de emissão do papel.

Essa ação, obrigatória, afetou a rentabilidade dos fundos de renda fixa a partir de julho de 2011, quando o Banco Central começou a reduzir a taxa básica de juros, a Selic –usada como referência na hora de precificar os juros pagos pelos títulos públicos.

Considere o exemplo de uma LTN (Letra do Tesouro Nacional) –título prefixado– que pagava juros de 12% ao ano em 2011 e que foi mantida pelo investidor até o seu vencimento. Entre 2011 e 2013, a Selic caiu para 7,25% ao ano e, consequentemente, o valor desse título, também.

Daniel Marenco/Folhapress
Bruno Horovitz, da Icatu Vanguarda, líder em renda fixa
Bruno Horovitz, da Icatu Vanguarda, líder em renda fixa

No cenário acima, o título que pagava 12% ao ano tem ganho de capital, pois o juro oferecido pelo papel é maior do que os novos papéis emitidos.

"Quando há a queda [da Selic], o título passa a ter um valor de face maior", explica Bruno Horovitz, da Icatu Vanguarda.

Quando a situação se inverteu e a Selic voltou a subir –atualmente está em 11% ao ano–, os títulos que tinham juros menores tiveram perdas pela marcação a mercado, pois, para vendê-los, o investidor ou gestor do fundo precisou oferecer um desconto no valor de face do papel.

Isso afetou a rentabilidade dos fundos que tinham esses papéis em sua carteira. Por isso alguns fundos que têm o melhor desempenho no primeiro semestre, como o líder, da Icatu, têm retorno baixo em 12 meses –de 3,2%, nesse caso.


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