Folha de S. Paulo


Bolsa opera em leve alta por resultados de empresas

A Bolsa brasileira iniciou as operações nesta quinta-feira (24) instável pela intensa divulgação de resultados das empresas listadas, segundo analistas ouvidos pela Folha. O Ibovespa, principal índice acionário do país, subia 0,45%, aos 57.676 pontos às 12h45 (horário de Brasília).

De acordo com Roberto Indech, analista da Rico Corretora, a instabilidade da Bolsa brasileira é causada pelas ações de duas empresas de referência no índice: Vale e Petrobras. "Enquanto os números apresentados pela Vale em seu relatório de produção do 2º trimestre ajudam a levar o índice para cima, a queda dos papéis da Petrobras faz com que ele vá para baixo", afirmou.

As ações ordinárias da Vale, com direito a voto, subiam 1,42%, a R$ 32,18 às 12h16, enquanto que as preferenciais tinham alta de 0,91%, a R$ 28,80. Por outro lado, as ações ordinárias da estatal Petrobras caíam 0,94%, a R$ 20,07%, enquanto que as preferenciais caíam 1%, a R$ 18,82.

Para Indech, os resultados do relatório de produção divulgados pela Vale, que mostravam um aumento na produção do minério de ferro no segundo trimestre, ajudam os papéis da empresa. Já a Petrobras ainda era afetada pela divulgação das pesquisas eleitorais.

As pesquisas têm influenciado os mercados acionários, especialmente sobre os preços de papéis de estatais. Bons desempenhos da presidente Dilma num levantamento estimulam em geral a queda dessas ações, como aconteceu na leitura sobre a pesquisa do Ibope; quando Dilma vai mal na pesquisa ou seus adversários melhoram, por outro lado, elas em geral sobem, como foi observado nos três pregões anteriores.

Além disso, ações de empresas de celulose também se destacavam na alta. A Fibria subia 2,65%, a R$ 22,44 e Suzano tinha alta de 2,72%, comercializada a R$ 8,70. Segundo o analista, os resultados divulgados pela Fibria nesta quarta (23) trazem perspectiva positiva para o setor no segundo semestre deste ano.

Quanto aos resultados negativos, os destaques eram Natura e BR Malls. As ações da empresa de cosméticos caíam 5,66%, a R$ 36,70. Roberto Indech afirma que o mau resultado é pela divulgação de resultados do segundo trimestre bem abaixo da expectativa do mercado.

Já a BR Malls que foi um dos destaques do Ibovespa na semana, caía -1,58%, a R$ 20,54. O resultado, segundo o analista da Rico corretora, ocorre porque a empresa teve prévias operacionais abaixo do que o mercado esperava para o segundo trimestre.

DÓLAR
No mercado de câmbio, o dólar comercial -usado em negociações de comércio exterior- avançava 0,04%, cotado a R$ 2,221. Já o dólar à vista -referência para as negociações do mercado financeiro- tinha leve baixa de 0,06%, cotado a R$ 2,220.

De acordo com Celso Siqueira, da Advanced Corretora, a previsão é de alta na divisa americana para o final do dia. Os motivos, segundo ele, foram a divulgação do crescimento da economia brasileira pelo governo federal abaixo do esperado, divulgado na quarta-feira (23) e a sinalização do Banco Central na manutenção dos juros e no aumento da inflação.

Nesta quinta-feira (24), o Banco Central sinalizou que a inflação tende a entrar em convergência para a meta num cenário de política monetária que não inclui redução da Selic. Além disso, o órgão piorou suas projeções de inflação para este e o próximo ano.


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