O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança avançou 7% no primeiro semestre deste ano no país e atingiu R$ 53,1 bilhões, informou nesta quinta-feira (24) a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
O número representa uma desaceleração, já que o crédito imobiliário em 2013 subiu 32% em relação a 2012 –para R$ 109,2 bilhões.
Considerando apenas junho, o volume de crédito retraiu 19%, para R$ 9 bilhões, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o primeiro recuo desde setembro de 2012, quando os financiamentos caíram 6%.
Fernando Mola/Editoria de Arte/Folhapress |
"Em todos os meses crescemos mais do que ano passado. Todavia, no mês de junho, o mercado parou", diz Octavio Lazari de Junior, citando a Copa do Mundo, que afetou os financiamentos imobiliários.
Os empréstimos feitos com recursos da poupança, segundo Lazari Junior, abarcam, em valores, cerca de 65% do total de crédito imobiliário do país.
Para 2014, a Abecip estima crescimento de 15% no volume de crédito imobiliário com recursos da poupança.
IMÓVEIS NOVOS
A alta no crédito imobiliário ocorreu devido à elevação nos financiamentos voltados à compra de imóveis novos e à construção.
No segmento de imóveis novos, o crescimento foi de 25%, para R$ 15,5 bilhões.
Essa alta, porém, não reflete os empreendimentos lançados neste ano, mas o aquecimento do mercado imobiliário nos últimos anos, principalmente 2011, quando o setor viveu um boom de lançamentos.
Como um empreendimento leva, em geral, pelo menos três anos para ficar pronto, somente agora é que os financiamentos de quem comprou um imóvel na planta em 2011, por exemplo, estariam sendo feitos.
O crédito voltado à construção cresceu 4%, para R$ 14,8 bilhões.
No caso dos imóveis usados, os financiamentos caíram 0,07% no semestre, para R$ 22,8 bilhões, o que puxou para baixo o desempenho dessa carteira de crédito.
Esse segmento responde, em valores, por cerca de 60% dos financiamentos imobiliários voltado a aquisição com recursos da poupança.
Segundo Lazari, o mercado de imóveis usados foi o mais afetado pelo menor número de negócios durante a Copa.
UNIDADES
Em número de imóveis financiados, a elevação no semestre foi de 4,6%, para 256,1 mil unidades.
Em junho, foram financiadas no mês aquisições e construções de 42,4 mil imóveis, redução de 20% em relação ao mesmo mês do ano passado. (DANIEL VASQUES)