Folha de S. Paulo


TIM confirma participação no novo leilão 4G para internet rápida

O atual presidente da Telecom Itália, Marco Patuano, confirmou nesta quarta-feira (23) que a TIM vai participar do novo leilão para a tecnologia 4G no Brasil, internet de alta velocidade.

A previsão do governo é de que o pregão possa ser realizado ainda no início de setembro. A única pendência para o processo atualmente está na análise do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre o edital.
Há uma expectativa de que o TCU dê o aval para o processo ainda esta semana.

"A banda larga móvel vai ser uma revolução nas comunicações e o Brasil tem uma população jovem, que quer internet mais barata e de melhor qualidade", disse Patuano. "Para isso será preciso fazer muitos investimentos e antecipar a possibilidade de ter mais frequências. Esse é o plano da TIM. Vamos participar do leilão 4G", arrematou.

O presidente da Telecom Itália esteve reunido com a presidente Dilma Rousseff nesta manhã e com o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) no Palácio do Planalto.

De acordo com Patuano, a TIM investe R$ 4 bilhões por ano investimento no país. O valor não considera os futuros investimentos após o novo leilão para internet 4G.

No caso da empresa conseguir conquistar um dos lotes nacionais de cobertura, ele estima que será preciso ampliar esses investimentos em 10% ou 15% ao ano.

IMPASSE

O presidente da Telecom Itália evitou comentar o impasse que envolve a empresa e a Telefonica.

A Telefonica é dona da Vivo, líder em telefonia no Brasil. Além disso, ela também possui uma participação na Telecom Itália, que é a dona da vice-líder TIM.

Por decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a empresa não pode manter, ao mesmo tempo, participação relevante nas duas empresas.

"Esse não é tema para falar com a presidente. É um tema da companhia. O quadro da companhia [TIM] é completamente independente de qualquer acionista", disse.

Patuano também tentou escapar de questionamentos sobre uma possível fusão da TIM com a operadora GVT.

"Há muita especulação", disse. "Somos uma companhia de sucesso no móvel e eles têm muita qualidade na fixa. A sinergia é um feito óbvio. Não descartamos nada, mas não é um tema que estamos focados no momento", afirmou.

QUALIDADE

O presidente da empresa admitiu ainda que a TIM "não está no nível de qualidade que podemos considerar primeiro mundo".

Ele disse que o Brasil precisa ter a qualidade igual a que se tem na Europa e nos Estados Unidos, e que esse nível ainda não foi atendido, mesmo com o trabalho mais intenso que a companhia vem fazendo nesse sentido pelo último ano e meio.

"A cada dia vai ser melhor", disse. "Conversamos muito [com a presidente Dilma] sobre a democratização das infraestruturas, como chegar com fibra, telecomunicações, na Amazônia."

Segundo ele, a primeira parte do projeto já está funcionando e liga Tucuruí (PA) a Manaus (AM). Em menos de um ano essa infraestrutura deve chegar também à Macapá (AP).

O ministro Paulo Bernardo completou a informação, dizendo que a serão dois mil km de fibra instalada no trecho, com outros 800 km para chegar com a tecnologia até Urucu (AM). Essas instalações ficarão disponíveis para uso das outras operadoras, mediante contratação, inclusive pela Telebras.

"Em termos de população, no Estado do Amazonas, por exemplo, vai ser uma diferença gigantesca. Não havia fibra lá, só atendimento por satélite", explicou o ministro. "Mais de 70% da população amazônica será atendida. Em termos de localidade menos, porque a população se concentra nas grandes cidades onde vai passar o linhão."


Endereço da página: