Folha de S. Paulo


Folhainvest responde: Qual a melhor aplicação para R$ 30 mil?

A pergunta foi enviada pelo leitor F.J.S.C., de Criciúma (SC).

RESPOSTA DO PROFESSOR WILLIAM EID, DA FGV - O primeiro aspecto a considerar são os riscos que temos pela frente em termos macroeconômicos e que podem afetar o resultado do seu investimento. O principal deles é sem dúvida a inflação, que encontra-se em níveis elevados. Isso não significa que vai continuar elevada, mas que ela varia bastante. E isso é um risco.

Imagine que você aplica seu dinheiro em títulos prefixados e a inflação sobe bastante. Seu retorno real vai ser reduzido. Hoje temos as NTNs-B 2017 do Tesouro Direto pagando 5,2% mais a inflação medida pelo IPCA.

O segundo risco é relativo à variação da taxa básica de juros, a Selic. Hoje ela está em 11% e você consegue aplicar seu dinheiro em títulos prefixados do Tesouro Direto, as LTNs com vencimento em 2017 com taxa em torno de 11,5% ao ano, que após o IR dará um resultado líquido de 9,8% ao ano.

Você ainda pode pensar em se proteger de uma eventual alta da taxa Selic. Um CDB pode ser boa alternativa. Mas como a perspectiva de alta da Selic parece remota em razão da redução da atividade econômica e do ano eleitoral, coloque menos dinheiro nesses títulos.

A primeira sugestão, então, é você dividir assim: 20% em CDBs, 40% em títulos indexados à inflação e 40% em prefixados. Se a inflação subir, você está garantido pelas NTNs-B; se a taxa de juros cair, você estará garantido pelas LTNs.

Em qualquer das alternativas pense em deixar o dinheiro dois anos para usufruir da menor alíquota de Imposto de Renda, 15%.

Mas, além do universo e títulos tributados, você pode analisar os títulos isentos. LCIs e LCAs são bons exemplos. Em geral são pós-fixadas, como a maioria dos CDBs, o que lhes dá um caráter conservador. Mas é preciso fazer contas para ver se realmente o rendimento delas é melhor que o dos títulos tributados.

Por exemplo, um CDB que pague 98% do CDI será equivalente a uma LCI que pague 83,3% do CDI. Isto é, não é só comparar os percentuais de forma direta, é fundamental levar em conta a tributação. E lembrar que você vai deixar o dinheiro por no mínimo dois anos.


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