Folha de S. Paulo


Financiamento habitacional puxa resultados do PAC

As despesas com financiamento habitacional, mais uma vez, puxaram os resultados do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Apenas este ano –até 30 de abril– foram gastos R$ 32,5 bilhões neste segmento, do total de R$ 98 bilhões aplicados pelo programa. O novo balanço foi divulgado nesta sexta-feira (27).

Segundo informações do Ministério do Planejamento, o resultado geral de investimentos realizados este ano é 15% superior ao do mesmo período do ano passado, que também considerou resultados de janeiro ao fim de abril.

No período, o financiamento estatal ficou em R$ 25 bilhões, e o do setor privado, em R$ 22 bilhões.

Do total de R$ 98 bilhões investidos pelo PAC este ano, R$ 2 bilhões vieram de financiamentos ao setor público (ou seja, bancos emprestaram dinheiro para Estados e municípios tocarem suas obras) e outros R$ 14 bilhões são investimentos diretos da União.

A execução pelo programa Minha Casa Minha Vida, exclusivamente, foi de R$ 5 bilhões.

Ainda segundo informações do Ministério do Planejamento, o PAC 2 investiu, entre 2011 e 30 de abril de 2014, R$ 871,4 bilhões.

CONCLUSÃO DE OBRAS

O documento do governo destaca que a execução do PAC foi de R$ 871,4 bilhões até 30 de abril deste ano. Esse valor representa 84,6% do orçamento previsto para o período 2011 a 2014.

Já as ações, até o momento concluídas, somam R$ 675,8 bilhões, considerando os seis eixos de ações do programa. O resultado corresponde a 95,5% do total previsto até o fim do ano.

O resultado seria 15,9% superior ao último balanço divulgado, que registrou R$ 583 bilhões em obras concluídas.

Pelos dados do governo, foram concluídas obras em 3.003 km de rodovia. O balanço oficial, porém, inclui nesta lista concessões de estradas cujas obras sequer começaram, como a BR-040, que liga Brasília (DF) a Juiz de Fora (MG).

Já no conceito de obras com execução "adequada" o governo também considerou algumas que estão atrasas há anos, como a integração do São Francisco –prevista inicialmente para 2012, mas que deve ficar pronta apenas em dezembro de 2015.

TROCA DE MINISTROS

A ministra Miriam Belchior (Planejamento) afirmou nesta sexta-feira (27) que a troca de ministros em duas pastas diretamente relacionadas aos projetos de infraestrutura do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não prejudicará a entrega das obras previstas.

Ontem, os novos ministros dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e da Secretaria Especial de Portos, César Borges, tomaram posse em uma solenidade com a presença da presidente Dilma Rousseff.

"Todas as equipes envolvidas [nos projetos de infraestrutura] permanecerão. Elas darão continuidade ao trabalho", disse a ministra. "As nossas discussões sobre infraestrutura levam em conta diversos modais. Temos discutido os assuntos juntos, o que tem permitido integração muito forte", completou.

Miriam Belchior rebateu também as críticas sobre o baixo crescimento do país, mesmo diante dos vultosos investimentos em infraestrutura feitos nos últimos anos.

"A conjuntura internacional está muito ruim, o crescimento mundial está menor. Esse é um efeito que reflete sobre nossa economia", disse. "Eu queria ver o que estaria acontecendo caso esses investimentos, que estavam parados há mais de 20 anos, não estivessem sendo feitos. Ai sim o país estaria vivendo uma situação muito difícil".


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