Folha de S. Paulo


Economia dos Estados Unidos recua 2,9% no primeiro trimestre

A economia americana recuou 2,9% no primeiro trimestre de 2014, um número bem pior que o antes anunciado pelo governo e estimado por economistas.

O número anterior era de -1%. Economistas apostavam em uma contração de 1,7%. A queda foi a pior desde o final oficial da recessão nos EUA, em junho de 2009. Nos EUA, são comuns as revisões de PIB (Produto Interno Bruto) trazerem números bem diferentes dos inicialmente anunciados –isso já é esperado.

Entre os motivos atribuídos para a queda do PIB figuram: inverno mais longo e severo que o habitual, retração em exportações e importações e queda na construção civil.

Apesar da retração brusca, o país não voltou a sofrer uma recessão, tecnicamente definida como dois trimestres consecutivos de queda no PIB. No trimestre anterior, ele crescera 2,6%.

Andrew Harrer - 14.mai.2014/Bloomberg
Operário trabalha em construção em Washington (EUA); setor tem 1,9 milhão de postos a menos do que em 2006
Operário trabalha em construção em Washington (EUA); setor tem 1,9 milhão de postos a menos do que em 2006

O Federal Reserve, banco central americano, já revisou na semana passada a estimativa de crescimento do PIB dos EUA para 2014, entre 2,1% e 2,3%. A anterior era de 3%.

Economistas preveem uma alta de 4% no segundo trimestre, como resposta à demanda reprimida pelo rigor do inverno no início do ano. Números recentes de compra de imóveis e de consumo no varejo já são positivos nos meses de abril e maio.

Mas as notícias de uma queda tão maior que o esperado já viraram ingrediente para a campanha eleitoral legislativa americana –em novembro, os americanos renovam toda a Câmara e boa parte do Senado. Obama precisa manter a maioria no Senado e tenta tirar a Câmara do controle dos republicanos, o que as más notícias econômicas fazem parecer mais difícil.

Candidatos republicanos correram às mídias sociais após a divulgação para dizer que o país está "na direção errada". Em pesquisa do instituto Gallup, 55% dos norte-americanos avaliaram que a economia está piorando.


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