Folha de S. Paulo


Para lucrar mais, lojas on-line lançam produtos de marca própria

Lojas virtuais estão tentando se tornar mais conhecidas do público fora da internet e melhorar as margens de lucro lançando produtos que levam seus nomes.

A Tricae, e-commerce de produtos variados para crianças, lançou calçados e itens de vestuário com o nome da empresa neste ano.

Juliana Duarte, 29, sócia-fundadora da empresa, diz esperar que pais pouco habituados a comprar pela internet, após verem as roupas da marca sendo usadas por outras crianças, interessem-se por conhecer o site (os itens só são vendidos lá).

Os produtos de marca própria tem, para a companhia, um custo entre 8% e 20% menor. A meta é que eles representem 10% do faturamento da Tricae até o fim do ano.

A Kanui, especializada em moda e acessórios esportivos, lançou cinco linhas de roupas com marca própria.

Segundo Juliana Caldeira, 33, diretora de produto da loja on-line, um dos objetivos é oferecer preços mais baixos.

"Nossa marca não compete diretamente com os outros produtos que vendemos. Se um menino quer comprar uma roupa de determinada grife da qual gosta pode ver nossos itens e levar junto ao que já estava buscando."

A redução dos custos é possível devido à negociação direta entre a loja virtual e seu fornecedor, diminuindo ao máximo o número de intermediários na cadeia dos produtos, explica o consultor do Sebrae-SP José Carmo.

Porém, para não prejudicar a imagem da companhia, é importante se certificar da qualidade dos fornecedores e de sua capacidade de atender à demanda, diz Carmo.

O sucesso de uma grife própria depende principalmente do conhecimento que a empresa tem de seus clientes, segundo Mauricio Morgado, professor da Fundação Getulio Vargas.

É preciso analisar o público que se quer atingir. "Se você usa o nome de sua loja de itens mais caros e lança uma marca que tem por objetivo oferecer preço baixo, isso pode ser prejudicial", afirma.

Bruno Ballardie, 30, fundador da loja virtual de óculos eÓtica, criou sete marcas diferentes do produto (duas vendidas só no site e cinco que também estão em lojas multimarcas).

A diferença é que o nome da empresa não aparece em nenhuma delas.

"O consumidor no Brasil gosta de produtos com um conceito. As marcas do varejo por si só não trazem consigo algo tão forte", afirma o empresário.

Segundo ele, com a criação de várias grifes, é possível segmentar o público que deve ser alcançado por cada uma delas.


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