Folha de S. Paulo


Aplicativos vendem reservas e provocam brigas com restaurantes em NY

Nova York já tinha um mercado negro para a venda de reservas em restaurantes e, desde fevereiro, novos aplicativos estão levando a disputa por uma mesa para as ruas: Zurvu, Shout, Killer Rezzy e Resy tentam atrair pessoas dispostas a pagar para entrar de última hora nos melhores estabelecimentos.

Jake Naughton/The New York Times
Sasha Tcherevkoff, cofundador do KillerRezzy.com
Sasha Tcherevkoff, cofundador do KillerRezzy.com

Muitas empresas do setor pagam para gerenciar suas mesas por meio do OpenTable, o sistema líder desse mercado, que foi vendido recentemente para a empresa Priceline por US$ 2,6 bilhões.

Mesmo para os restaurantes que cobram US$ 6 (R$ 13) por batatas fritas que acompanham um filé de US$ 48 (R$ 107), cobrar pelas reservas parece exagerado.

Alguns dos novos apps, como Zurvu e Resy, entram em acordo com os estabelecimentos e dividem a receita obtida (que pode ir de US$ 10 por pessoa a US$ 50 por mesa) em troca de acesso aos principais locais.

Outros, como o Shout, reservam um lugar com nomes falsos e depois os vendem por um preço fixo ou em um leilão. Um serviço on-line, o Food for All, começou oferecer os assentos abertamente por US$ 50 em abril, mas foi à falência, sob a justificativa de que há muita resistência ao serviço.

Os donos dos aplicativos dizem que esse tipo de sistema vai levar transparência e democracia ao setor -eles argumentam que os melhores lugares nunca estão disponíveis para o público em geral, mas, sim, para clientes regulares e celebridades.

Em março, o empreendedor Sasha A. Tcherevkoff fundou o Killer Rezzy, um site e um aplicativo que vendem reservas obtidas com ou sem a ajuda de restaurantes -os compradores não sabem se a transação é autorizada.

Ele diz que não tinha intenção de causar polêmica, mas sofreu acusações nas redes sociais de inflar ou maquiar preços e também de elitismo. Agora, ele se oferece para remover as empresas que solicitarem isso.

Mas os estabelecimentos não necessariamente sabem que estão no sistema. Há algumas semanas, o Killer Rezzy estava cobrando US$ 25 por uma mesa em um horário cobiçado (sábado às 20h) no Peasant, em Manhattan, indicando um nome a ser dito na recepção.

A gerente do local, Dulcinea Benson, disse não fazer ideia de que as mesas estavam sendo comercializadas pela internet. "Claro que isso me incomoda. Nós construímos esse restaurante e o relacionamento com os clientes há anos", afirmou.


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