Folha de S. Paulo


EUA criam 217 mil vagas e retomam empregos perdidos na recessão

Os dados de maio divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta sexta-feira (6) mostram que o número de americanos com emprego já superou os níveis pré-crise.

Foi também a primeira vez em 14 anos que foram criadas mais de 200 mil vagas por quatro meses consecutivos.

Os resultados sugerem uma modesta, mas contínua recuperação da economia, após a retração de 1% do PIB (produto interno bruto) de janeiro a março –a primeira vista em três anos.

A geração de 217 mil postos em maio superou as expectativas de economistas, que previam entre 213 mil e 215 mil novas vagas.

A expansão foi maior do que a média dos últimos seis meses, mas menor que a de abril, quando a economia gerou 282 mil novos postos após o inverno rigoroso.

Os principais setores a gerar novos postos em maio foram serviços, com 55 mil; saúde, com 34 mil –a maior alta em nove meses–, e lazer e hotelaria, com 32 mil.

MELHOR QUE ANTES DA CRISE

Segundo o governo americano, o número total de empregos registrado em maio foi de 138,46 milhões, o maior desde o pico antes da crise, em janeiro de 2008, quando o país tinha 138,36 milhões.

Apesar de bem recebida, a recuperação dos empregos perdidos durante a crise –que chegaram a somar a 8,7 milhões– foi a mais lenta de todas as recessões pós-Segunda Guerra.

Foram mais de seis anos para conseguir retomar o número, quase dois anos a mais que a segunda recuperação mais longa, após 2001.

O marco atingido em maio também deve ser analisado em perspectiva com crescimento da população economicamente ativa.

Como cerca de 100 mil americanos ainda entram mensalmente no mercado de trabalho, o problema continua sendo grande.

DESEMPREGO

A expectativa também era de que houvesse um aumento da taxa de desemprego, mas ela se manteve em 6,3%, a mesma de abril -e a menor desde setembro de 2008.

A taxa de participação da população economicamente ativa, cifra que reúne os trabalhadores que têm um emprego e aqueles que estão à procura, manteve-se em 62,8%, o menor desde o fim dos anos 70.

Entretanto, o número de desempregados de longo prazo -que buscam emprego há mais de seis meses-, segue elevado, em 3,4 milhões de pessoas. Esta cifra representa um terço dos desempregados.

Os números de emprego ainda seguem sendo um dos principais termômetros usados pelo Fed (banco central americano) para ajustar sua política de estímulos e juros.

As Bolsas de Nova York fecharam em alta após a divulgação dos números: Dow Jones avançou 0,52%, Nasdaq, 0,59%, e S&P 500, 0,46%.


Endereço da página: