Folha de S. Paulo


Bradesco lança caixa eletrônico que permite depósitos sem envelope

O Bradesco colocou à disposição de seus clientes um caixa eletrônico que permite depósitos feitos em dinheiro, sem a necessidade de envelope. O terminal também é capaz de identificar se as cédulas são verdadeiras ou falsas.

Com a tecnologia, os valores depositados são creditados imediatamente na conta de destino, de forma bem mais ágil do que no procedimento feito por envelopes, em que os depósitos são compensados apenas no dia seguinte à operação.

Em janeiro, a Folha já havia antecipado que essa nova tecnologia seria implementada no mercado brasileiro ainda neste ano.

O Bradesco foi o primeiro entre as maiores instituições financeiras do país a oferecer este serviço. A Folha apurou que outros bancos grandes já testam a nova tecnologia.

A princípio, o Bradesco disponibiliza o chamado "caixa inteligente" em sua agência conceito, localizada no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Segundo a assessoria de imprensa do Bradesco, ainda estão sendo estudados outros locais onde os clientes também poderão ter acesso ao serviço.

Divulgação
Novo caixa do Bradesco é exposto em feira de tecnologia bancária da Febraban, em São Paulo
Novo caixa do Bradesco é exposto em feira de tecnologia bancária da Febraban, em São Paulo

RECICLAGEM

Segundo o Bradesco, o novo terminal não faz a reciclagem do dinheiro, apesar de aceitar depósito de cédulas sem o uso de envelope.

Assim, o dinheiro depositado diretamente no caixa do banco fica armazenado e é posteriormente recolhido. Já na reciclagem as notas depositadas podem ser sacadas, em uma nova operação, por outro consumidor que vier a usar o mesmo terminal.

A reciclagem do dinheiro, segundo consultores, exige uma reforma muito maior para o banco do que simplesmente substituir os caixas eletrônicos, pois requer controle individual de cada equipamento para saber quanto dinheiro entrou e saiu.

Alguns caixas recebem muitos depósitos e poucos saques, outros têm muitos saques e poucos depósitos. Nesses casos, não há um balanceamento entre a entrada e a saída de dinheiro, o que obriga o banco a manter um reabastecimento periódico, como é feito nos caixas atuais.

MERCADO

O sistema de reciclagem ainda é incipiente no Brasil, e não é utilizado por nenhum dos grandes bancos. Ele foi introduzido pela Saque e Pague há mais de um ano em alguns Estados, em parceria com o Banpará e o Banrisul.

A Saque e Pague é uma empresa brasileira de serviços para bancos e varejo que se tornou independente após a aquisição da GetNet –da qual fazia parte– pelo Santander, em abril deste ano.

A intenção da companhia é investir mais de R$ 200 milhões nos próximos quatro anos, para atingir 3 mil caixas recicladores. Para 2014, o objetivo é arrojado: dobrar até dezembro o volume de transações em seus terminais, que chegou a 1,5 milhão no final do mês passado.

"Já estamos em contato com outros bancos para novas parcerias. São bancos grandes, de alcance nacional", diz Givanildo Luz, presidente da Saque e Pague.

A americana Diebold é quem produz os terminais da Saque e Pague, que já investiu R$ 20 milhões neste ano em 50 caixas recicladores. Pelo menos outros 100 equipamentos foram encomendados para a Diebold e a expectativa é que eles entrem em operação até o final do ano.

Para João Abud Junior, presidente da Diebold no Brasil, o cenário é promissor. "O sistema é já uma realidade consolidada em países como Japão e China e tem forte potencial de crescimento no Brasil. A facilidade dos serviços ao consumidor é sua principal vantagem", diz.

Atualmente, a Diebold possui cerca de 44% do mercado de caixas eletrônicos no Brasil e trabalha com todos os principais bancos do país.


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