Folha de S. Paulo


Executivo do BVA nega ter recebido aumento salarial

O ex-presidente do BVA Ivo Lodo afirmou, por meio de nota, que aquilo que o Banco Central chamou de aumento de salário foi, na verdade, uma medida para atender a norma criada pelo próprio BC. A norma, afirma, obrigava as instituições financeiras a definir um teto salarial para seus executivos.

Reportagem da Folha desta quarta-feira (4) mostra que, cinco meses antes da intervenção do Banco Central no banco BVA, o salário do então presidente da instituição, Ivo Lodo, aumentou de R$ 50 mil para R$ 1 milhão por mês. Isso aconteceu em maio de 2012. Em outubro, quando o BC entrou no BVA, encontrou um buraco de R$ 1,6 bilhão nas contas da instituição.

Embora o BC afirme que o aumento foi embolsado pelo executivo, a nota afirma que, "apesar do limite estipulado de R$ 1 milhão mensais, os saques de Ivo Lodo mantiveram-se na faixa de R$ 40 mil mensais durante todo o período em que esteve à frente do banco, inclusive depois da decisão em maio de 2012".

Divulgação
Ivo Lodo, do BVA, na antiga sede do banco; ex-presidente elevou 20 vezes o seu salário antes de crise do BVA
Ivo Lodo, do BVA, na antiga sede do banco; ex-presidente elevou 20 vezes o seu salário antes de crise do BVA

Lodo nega também as acusações de desvio de recursos. Afirma que recebeu ao longo de seis anos R$ 154 milhões. Parte, R$ 60 milhões, pagos pela Peg Cred [do sócio José Augusto Ferreira dos Santos]. O restante foi pago pelo banco e usado na compra de ações do BVA e também na capitalização do banco.

Segundo o executivo, os recursos que saíram da Peg Cred para ele eram bônus por ter cumprido metas definidas com José Augusto em um acordo. Pelo acerto, Lodo receberia o equivalente a 50% dos resultados, embora sua participação fosse de 20%.

Sobre a razão dos saques de até R$ 1 milhão, apontados pelo BC, o executivo diz apenas que "foram feitos da própria conta de Lodo e que eventuais saques do banco foram ressarcidos".


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