Folha de S. Paulo


Venda de carros recua em maio e acumula queda de 5% no ano

No último mês de negócios antes da Copa do Mundo, as montadoras tiveram mais uma retração nas vendas de carros. Foram comercializadas em maio 278,3 mil unidades, volume 0,6% inferior a abril e 7% abaixo do registrado em igual mês no ano passado.

O resultado deixa a indústria ainda mais distante da previsão inicial de obter crescimento de 1% neste ano. A expectativa é de uma demanda menor nos próximos dois meses devido aos feriados do Mundial.

De janeiro a maio, o mercado somou 1,334 milhão de unidades, queda de 5% em relação a igual período de 2013. Os números são preliminares e não incluem caminhões e ônibus.

Reajustes de preços e crédito restrito estão entre os principais vilões do mercado neste ano, agravados ainda pelo menor crescimento da renda e a queda na confiança.

Fabio Braga- 06.nov.13/Folhapress
Patio da GM em São Bernardo do Campo (SP); com vendas em baixa, marcas acumulam estoques
Patio da GM em São Bernardo do Campo (SP); com vendas em baixa, marcas acumulam estoques

Com problemas no mercado interno e as restrições na Argentina, principal parceira do país, as montadoras têm recorrido a medidas para ajustar mão de obra, como suspensões temporárias dos contratos e PDVs (Planos de Demissão Voluntária).

A PSA Peugeot Citroen, por exemplo, anunciou um programa para cerca de 650 funcionários que estavam com os contratos suspensos desde fevereiro.

O cenário deve se complicar ainda mais a partir de julho, quando uma nova alta de imposto está prevista para a indústria. Na data, o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) será totalmente recomposto -passa dos 3% atuais para 7%.

Para tentar reverter o quadro de contração e evitar demissões em ano eleitoral, o governo estuda medidas para o setor. A mais provável é uma injeção de R$ 5 bilhões para financiar a aquisição de carros novos.


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