Folha de S. Paulo


Exclusividade marca projetos de apartamentos maiores

Empreendimentos acima de 101 m² atingem (e ultrapassam) R$ 1,5 milhão em bairros mais nobres de São Paulo

Houve um tempo em que apartamento de R$ 1 milhão era prerrogativa de gente muito rica. Por R$ 1,5 milhão, o topo da sociedade paulistana comprava duas centenas de metros quadrados em um bairro nobre. Pois muita coisa mudou na última década.

Hoje, um imóvel de R$ 1 milhão tem pouco mais de 100 m² em um bairro considerado de classe média. Em lugares mais badalados, chega facilmente à cifra de R$ 1,5 milhão ou até mais.

IMÓVEL SOB MEDIDA

"Nos principais bairros de classe média, como Vila Mariana, Moema e Perdizes, os imóveis que têm composição familiar custam por volta de R$ 1,5 milhão", diz João Henrique, diretor da Lopes.

Essa é a nova realidade. O Painel de Mercado da Lopes, levantamento periódico da imobiliária, por exemplo, classifica como de altíssimo padrão as unidades que custam a partir de R$ 1,5 milhão.

Conforme o estudo da Geoimovel, o preço médio do metro quadrado está acima dos R$ 10 mil nas regiões oeste, sul e no centro de São Paulo.

Bruno Poletti/Folhapress
Patrícia e Mauro brincam com a filha, Beatriz, em apartamento decorado de empreendimento onde compraram uma unidade de 134 m²
Patrícia e Mauro brincam com a filha, Beatriz, em apartamento decorado de empreendimento onde compraram uma unidade de 134 m²

O cálculo é uma média dos empreendimentos lançados entre 2013 e 2014. Entram na conta todos os projetos, do padrão econômico ao altíssimo. Abaixo, estão as regiões sul (R$ 7.000), norte (pouco menos de R$ 8.000).

O estudo mostra ainda os distritos que apresentam o maior preço médio de metro quadrado. Muito acima de todos, está o Itaim Bibi, onde custa R$ 22,7 mil, em média.

O Jardim Paulista aparece na sequência, com R$ 15,8 mil, seguido por Alto de Pinheiros (R$ 15,5 mil), Moema (R$ 15,3 mil), e Pinheiros (R$ 14,7 mil). Os distritos com os menores preços médios são Cidade Tiradentes, cotado a R$ 3.200 o metro quadrado, e Guaianases, a R$ 3.400.

PERFIL

Quem desfruta de áreas de mais de 101 m², hoje, é a família que já tem um ou até mais imóveis e dispõe de poupança, herança, acesso a crédito –ou um pouco de cada.

Mauro e Patricia Assano decidiram vender o apartamento que moram, de 65 m² e três dormitórios, para comprar um maior depois que os brinquedos da filha, Beatriz, 2, dominaram a casa atual. Em maio, eles adquiriram uma das unidades de 134 m² e quatro dormitórios no Quintas da Lapa, lançado em abril pela Even com a Fibra Experts.

Editoria de Arte/Folhapress

A possibilidade de ter um quarto para Beatriz, outro para o segundo filho, que está nos planos, e o terceiro convertido em escritório foi fator decisivo na escolha. A área de lazer também pesou. O condomínio-clube tem quadra de tênis, pista de caminhada e academia com 400 m².

"Como o espaço é grande, a Beatriz vai poder fazer amigos, ter um círculo social no condomínio", diz Mauro, 40.

Em poucas semanas, a empresária Daniela Valente e o marido se mudam para um imóvel de 128 m² no Tatuapé (zona leste). Nele, há sacada gourmet, três dormitórios amplos e uma boa distância entre eles. "Nunca me importei com lazer. Para mim, vale o conforto do apartamento."

Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis, diz que a escolha é algo muito particular. Para achar o imóvel sob medida, o jeito é pesquisar. Antes, é preciso mapear quais são as suas prioridades.


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