Folha de S. Paulo


Motéis, lojas e bares tentam 'antecipar' Dia dos Namorados

Restaurantes, bares, lojas e motéis aderiram a uma campanha para convencer os casais a antecipar a comemoração do Dia dos Namorados, que cai no mesmo dia da abertura da Copa do Mundo.

Com medo de que a data seja deixada "em segundo plano", as empresas querem antecipar a comemoração para o dia 11 de junho.

A campanha, batizada de "Movimento 11", teve até esta terça-feira (27) adesão de 11 redes de restaurantes, lojas e associações de motéis.

De acordo com Cristiano Fonseca, diretor de marketing da Brahma, a ideia surgiu na Ambev em 2013.

No entanto, a adesão dos empresários começou a ocorrer após perceberem que poderiam ter redução no faturamento usual dessa data.

A campanha também tenta convencer os casais pelo lado emocional. Entre os motivos elencados no site do Movimento 11 estão "sou tão romântico que não posso esperar até o dia 12", "senão posso ser eliminado antes mesmo da fase de grupos".

De acordo com Fonseca, a exigência é que os parceiros da campanha ofereçam algum benefício aos clientes.

Alpino/Folhapress

O diretor administrativo da Abmotéis (Associação Brasileira de Motéis), Antonio Carlos Morilha, disse que o Dia dos Namorados é o mais importante para o setor. O aumento é de até 50%, em comparação com fins de semana.

"Nossa principal data de faturamento se tornou uma incerteza com a Copa, mas a campanha caiu perfeitamente. Ela cria duas oportunidades para as comemorações."

A rede Aplebee's, que tem 13 restaurantes no país, diz que o Dia dos Namorados aumenta em 30% seu movimento. O gerente de marketing, Hermelindo Fuglini, disse que a campanha ganhou força com o fato de o dia 12 ser feriado. "As pessoas vão aproveitar que dia 11 será véspera de feriado. Alguns podem começar a comemorar no dia 11 terminar no dia 12."

O Dia dos Namorados, no entanto, não impulsiona as vendas do comércio em geral, segundo a Federação do Comércio de São Paulo, com base em dados dos últimos cinco anos.

A entidade espera um junho mais fraco que o do ano passado, por causa da alta dos juros, da desconfiança do mercado consumidor e pela "distração" dos jogos da Copa do Mundo.


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