Folha de S. Paulo


Empresas investem para oferecer aulas por meio do celular

Enquanto estudantes ainda se acostumam com a ideia de fazer cursos por meio do computador, algumas empresas já buscam fazer com que eles estudem pelos seus smartphones. Videoaulas e simulados de exercícios são algumas das opções.

O site e o aplicativo da start-up (empresa iniciante de base tecnológica) Sabixão, por exemplo, reúne cursos on-line pagos e gratuitos em áreas que vão de física quântica a finanças e marketing.

Para a fundadora da empresa, Patrícia Braguine, 28, um dos desafios é adaptar a tecnologia ao mercado brasileiro. "Temos uma qualidade de internet mais baixa, com 3G e 4G instáveis", diz.

Para Pavlos Dias, gerente da empresa de tecnologia para educação Blackboard, as empresas precisam criar ferramentas que se adaptem à conexão do usuário.

"A velocidade da internet da banda larga de quando o estudante está em casa não é a mesma do 3G de quando ele está estudando no ônibus."

O Sabixão já recebeu dois investimentos-anjo e está negociando parcerias com instituições de ensino. O faturamento fica por conta dos cursos pagos e de um plano de assinatura anual que dá direito a conteúdo exclusivo.

Davi Ribeiro/Folhapress
Patrícia Braguine, que é fundadora da Sabixão, que oferece cursos on-line pelo celular
Patrícia Braguine, que é fundadora da Sabixão, que oferece cursos on-line pelo celular

Hoje, a plataforma tem em torno de 10 mil usuários. Segundo Braguine, cerca de 40% do tráfego vem do aplicativo para dispositivos móveis, lançado em 2013. "Até o fim do ano, esperamos que esse índice seja de 70%."

No EstudaVest, site e aplicativo que prepara estudantes para vestibulares, o acesso em dispositivo móvel corresponde a 47% do tráfego.

O aplicativo permite que o estudante monte simulados de exercícios e tenha acesso a gráficos e estatísticas sobre seu desempenho, além de vídeos com conteúdo teórico.

Os dois sócios, Carlos Netto, 28, e Vitor de Freitas, 28, estão em busca de investimentos para o negócio. "Até agora, desembolsamos cerca de R$ 40 mil", diz Netto.

A monetização se dá pela assinatura de planos por quem quer utilizar todos os recursos da plataforma.

Na próxima semana, a empresa deve lançar uma versão especial para integrar professores e alunos.
necessidade

Segundo Dias, é natural que as instituições de ensino procurem cada vez mais esse tipo de tecnologia. "Os próprios alunos vão ditar essa necessidade. Hoje o aluno vai para a escola com uma mochila de livros nas costas e um tablet na mão", afirma.

Os sócios do Responde Aí, empresa selecionada pelo programa de aceleração estatal Start-up Brasil, apostaram na criação de um site responsivo (que se adequa a esses aparelhos) com conteúdo para alunos dos cursos de exatas. "Estamos negociando novos investimentos e devemos lançar um aplicativo no segundo semestre", diz Paulo Monteiro, 25, presidente-executivo da empresa.

O aplicativo Gabaritar, que tem 20 mil usuários, é voltado a concursos públicos e certificações profissionais como a prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). É possível montar planos de estudos para cada disciplina, calcular o número de horas necessárias para estudo e montar simulados de exercícios.

Colaborou BÁRBARA LIBÓRIO, de São Paulo


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