Folha de S. Paulo


Empresas tentam fazer governo rever cotas de importação para veículos

Os importadores de veículos estreitaram a relação com o governo para tentar modificar o atual sistema de cotas.

As empresas do setor querem mais flexibilidade, o que permitiria trazer um volume maior de automóveis livres do pagamento dos 30 pontos percentuais da sobretaxa de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

A Folha apurou que o objetivo é rever os parâmetros vigentes do Inovar-Auto.

Como a primeira etapa desse programa só será concluída em 2017, a Abeifa (associação que representa as importadoras) busca uma forma de modificar algumas regras.

Hoje, de acordo com o regime automotivo, importadores habilitados podem trazer uma cota de até 4.800 carros com isenção de sobretaxa.

Caso anunciem a construção de fábrica no país e invistam em tecnologia e eficiência energética, as empresas recebem benefícios tributários e a
possibilidade de aumentar o volume de automóveis livres da alíquota adicional de tributo.

O que as empresas do setor buscam é aumentar a cota também para montadoras que não tenham um volume de vendas que justifique a produção local.

Em contrapartida, elas tentarão mostrar, por exemplo, que os avanços apresentados pelos seus carros contribuem para o desenvolvimento do setor e geram empregos.

Lalo de Almeida - 13.dez.2011/Folhapress
Operários em fábrica da Hyundai no interior de SP; Empresas tentam rever cotas de importação para veículos
Operários em fábrica da Hyundai no interior de SP; empresas tentam rever cotas de importação

SOBRETAXA

A majoração do imposto foi anunciada no fim de 2011. Naquele ano, cerca de 250 mil veículos foram trazidos pelas importadoras filiadas à Abeiva (nome anterior da Abeifa).

Em 2014, as 29 empresas representadas pela entidade –que hoje inclui também algumas montadoras que irão produzir no Brasil, como a BMW, a Chery e a JAC– deverão comercializar 100 mil carros no país.

Uma das empresas que mais sentiram as mudanças nas regras de importação foi a Kia Motors. A montadora sul-coreana, que chegou a emplacar 80,5 mil unidades em 2011, teve de rever sua estratégia e reduzir as operações para se manter competitiva.

Toda a linha de produtos foi modificada. O exemplo mais recente é o compacto Kia Picanto, que hoje é comercializado em versão única no Brasil -até o ano passado, havia três opções disponíveis.


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