Desde o início do ano passado, seis empresas se listaram no Bovespa Mais, segmento de acesso à Bolsa de pequenas e médias empresas.
Nenhuma fez uma oferta inicial de ações. Para elas, a Bolsa serve de plataforma para que se tornem conhecidas por potenciais investidores.
A listagem antecipada também ajuda a reagir rapidamente quando surge um momento favorável para a captação de recursos no mercado acionário.
Uma das diferenças do Bovespa Mais em relação a outros segmentos é a permissão de a empresa se manter listada por até sete anos sem vender ações.
A medida também serve para adaptar os procedimentos de modo mais suave, sem ter de aprender a lidar com cobranças por resultados logo de início, diz Julio Brito Junior, 34, presidente da Quality, que presta serviços de tecnologia da informação.
"Quando você melhora as informações para entrar na Bolsa, passa a ter um entendimento tão claro de sua companhia que isso alimenta sua tomada de decisões", afirma.
A empresa, que teve faturamento de R$ 35 milhões em 2013 e chegou ao Bovespa Mais em fevereiro deste ano, gastou cerca de R$ 1 milhão no processo. Os custos incluíram o pagamento de advogados, auditores e procedimentos para listagem.
| Editoria de Arte | ||
 |
O plano é fazer a oferta inicial em cerca de quatro anos, após a empresa se consolidar a partir da aquisição de outras companhias.
Fabiano Favaro, 42, diretor de relação com investidores da Altus, de automação industrial, afirma que o principal desafio foi acostumar os funcionários da empresa a novas tarefas e rotinas.
Como exemplo, cita normas sobre como comunicar aos órgãos reguladores o resultado de uma assembleia de acionistas.
Favaro diz que fazer a listagem é positivo na hora de apresentar a empresa para potenciais investidores e passa credibilidade na hora de conversar com clientes e fornecedores.
Por outro lado, vê necessidade de evolução no mercado. "Uma coisa que frustra quem está envolvido nisso é que é uma brincadeira um pouco sem graça. Você está listado, está pronto, mas o mercado de capitais brasileiro não evolui", diz.