O governo prepara medidas de socorro para as montadoras na busca por aumentar as vendas do setor, mas quer exigir em contrapartida que elas reduzam suas margens de lucratividade.
A Folha apurou que o pedido foi feito às montadoras em reuniões com o setor, nas quais foram discutidas medidas para estimular o crédito de veículos no país, que devem ser divulgadas em maio.
A área técnica aponta como um dos fatores da queda das vendas neste início de ano o fato de os bancos estarem mais restritivos na concessão de crédito para financiamento de carros.
Por isso, o governo prepara a criação de uma espécie de fundo garantidor, que seria utilizado para bancar a inadimplência dos empréstimos de carros.
| Dado Galdieri - 10.ago.2013/Bloomberg | ||
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| Concessionária da Fiat no Rio de Janeiro; volume de carros em estoque preocupa setor |
Segundo dados do Banco Central, o índice de inadimplência de veículos foi de 7,5% em fevereiro, bem acima, por exemplo, à média registrada entre as pessoas físicas (1,7%).
Com este fundo, diz um técnico, os bancos ficariam mais protegidos e poderiam, por exemplo, reduzir o valor exigido como entrada no financiamento, hoje, em média, de 40%.
O fundo seria formado com uma parcela do pagamento mensal dos clientes. Parte desse dinheiro seria devolvido aos tomadores de empréstimos, caso paguem em dia todo o financiamento.
CRÉDITO
Na semana passada, representantes da Anfavea (associação das fabricantes de veículos) se reuniram com associações de revendedores para tentar incentivar a oferta de leasing (arrendamento mercantil) aos clientes.
Essa modalidade de crédito que, de forma simplificada, é um aluguel com opção de compra, havia desaparecido do mercado devido a problemas jurídicos. Mas de acordo com a entidade, as pendências foram recentemente resolvidas pelo STJ.
Para os bancos, essa modalidade implica menor risco de inadimplência, pois o bem permanece em nome da instituição, o que torna mais rápido o processo de retomada do carro em caso de inadimplência.
A equipe econômica também quer acelerar as negociações com a Argentina para criação de um mecanismo de financiamento das importações e exportações de veículos entre os dois países.
Segundo a Folha apurou, será determinado que os bancos centrais dos dois países não poderão reter o dinheiro dessas linhas de crédito.
Na terça-feira (29), a Anfavea se reunirá com representantes dos dois países. "As exportações, que caíram 32% no primeiro trimestre, são prioridade", afirmou Luiz Moan, presidente da entidade
Colaborou EDUARDO SODRÉ, de São Paulo