Folha de S. Paulo


Volvo vai reduzir produção de caminhões no Brasil

A multinacional sueca Volvo anunciou nesta sexta-feira que vai reduzir a produção no Brasil no segundo trimestre, tendo em vista o enfraquecimento da demanda.

Em comunicado assinado pelo presidente da montadora, Olof Persson, a Volvo informa que o mercado brasileiro de caminhões tem se mostrado enfraquecido, como reflexo de uma economia mais lenta. Com isso, a Volvo estima que as vendas devam atingir 90 mil unidades este ano, o que a montadora ainda considera um bom resultado, sob o ponto de vista do histórico da companhia no país.

No primeiro trimestre, a empresa registrou um aumento de 13% na receita líquida, para 65,6 bilhões de coroas suecas, em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido somou 1,16 bilhão de coroas suecas, revertendo o prejuízo de 248 milhões de coroas suecas do mesmo intervalo de 2013.

O resultado foi puxado pela melhora das demandas na América do Norte, Europa e Japão, o que levou a montadora a anunciar que vai elevar a produção no mercado norte-americano.

As vendas nas economias emergentes da Ásia e América do Sul, por outro lado, se mostraram enfraquecidas no trimestre.

CONTRATOS SUSPENSOS

Devido ao fraco desempenho das vendas, a Volkswagen irá implementar, a partir de maio, um programa de "lay-off" (suspensão temporária de contrato de trabalho) nas fábricas de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) e São José dos Pinhais (PR).

Segundo a montadora, a decisão foi tomada com base em contratos estabelecidos entre a empresa e os sindicatos dos trabalhadores, "para adequar-se à demanda atual do mercado".

Com isso, a Volks se une a outras montadoras que enfrentam problemas com os estoques altos e precisam paralisar parte da produção. É um reflexo da queda nas vendas.

Segundo a Anfavea (associação dos fabricantes), houve redução de 1,7% nos emplacamentos no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2013. A conta inclui carros de passeio e comerciais leves.

Em março, os estoques chegaram a 48 dias de venda, o que faz as montadoras promoverem campanhas na tentativa de esvaziar os pátios.

Pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o período de "lay-off" pode se estender por um prazo máximo de cinco meses.

Em Porto Real (RJ), 650 dos 3.000 trabalhadores do grupo PSA Peugeot Citroën estão afastados da fábrica, também em "lay-off", desde fevereiro.

GM, Fiat e Mercedes estão em período de férias coletivas em algumas de suas unidades.

Com reportagem de São Paulo


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