Folha de S. Paulo


Escola brasileira de cursos livres vai abrir filial nos Estados Unidos

A Perestroika, escola brasileira que oferece cursos que vão de empreendedorismo criativo a skate para mulheres, prepara-se para lançar sua primeira filial internacional, nos Estados Unidos.

Criada em Porto Alegre há três anos, a empresa hoje tem sede em seis cidades brasileiras e faturou R$ 4 milhões no ano passado, alta de 5% em relação a 2012.

A intenção dos sócios Tiago Mattos e Felipe Anghinoni é abrir a unidade em San Francisco em agosto, mas o modelo de operação não foi definido. É provável que a estrutura seja de uma sociedade entre os dois e um sócio americano.

Mateus Bruxel -19.set.2012/Folhapress
Felipe Anghinoni, um dos sócios da companhia Perestroika, que tem sedes em seis cidades do brasil
Felipe Anghinoni, um dos sócios da companhia Perestroika, que tem sedes em seis cidades do brasil

No Brasil, o funcionamento é parecido: em cada escola, os dois sócios têm a mesma fatia de negócio do gestor da unidade. "Não queremos chegar a San Francisco nos apresentando como uma escola brasileira, não será esse nosso 'approach', mas é claro que isso virá à tona e imaginamos que seja positivo", afirma Anghinoni.

À primeira vista, o principal diferencial da Perestroika está na composição dos 40 cursos de nomes engraçadinhos que oferece, que custam de R$ 2.500 a R$ 4.690.

Há desde empreendedorismo criativo ("EC", o carro-chefe) até skate para mulheres ("Swag", "skate with girls"), passando pelo de novos processos de pensamento (o "New Ways of Thinking") e de estamparia de moda (o "Print.Me").

Os alunos podem assistir às aulas tomando cerveja. O pagamento dos sanduíches e das bebidas é "na base da confiança": o próprio aluno deixa o dinheiro e pega seu troco no caixa, sem intermediário ou vendedor.

"A gente acha que ser sisudo e sério não tem nada a ver com ser competente. A atenção do aluno precisa estar combinada ao relaxamento, isso aumenta a retenção de conteúdo", afirma Mattos.

Todos os funcionários da empresa participam do chamado "programa de sociedade". À medida que avançam na formação empreendedora, recebem o desafio de gerir um projeto. Quem se destaca vira sócio.

Dos 30 funcionários da Perestroika, 9 são sócios atualmente.

"Quando você incentiva alguém a fazer coisas diferentes, saber um pouco de tudo, não quer prender o funcionário, quer que ele cresça e vá fazer outras coisas", afirma Mattos. Para ele, a alta rotatividade de profissionais, algo que grande parte das companhias tenta combater por gerar custos, é " maravilhosa para uma empresa".

As unidades da escola compõem apenas um dos braços da Perestroika. A empresa oferece consultoria para outras instituições de ensino e empresas, o que é sua operação mais lucrativa, tem um rótulo de cerveja (a Czarina) e o Complex Esquina 111, espaço no Rio de Janeiro que é um misto de bar, restaurante, hostel e escola.

"No mundo atual, conectado e imprevisível, você não sabe o que vai acontecer amanhã –e o empreendedor trabalha gerindo imprevistos", afirma Mattos.

"Acho lógico que o meu negócio seja diversificado. Gosto de YouTube, Skype e Facebook, não preciso ficar num só. Para os negócios, a regra é a mesma."


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