Folha de S. Paulo


Importadores chineses dão calote em cargas de soja de Brasil e EUA, diz agência

Importadores chineses deram o calote em pelo menos 500 mil toneladas de cargas de soja do Brasil e dos Estados Unidos devido a margens negativas e problemas na obtenção de crédito, disseram duas fontes nesta quinta-feira (10).

Uma fonte em Pequim disse que três empresas na província de Shandong deram o calote por estarem impossibilitadas de obter cartas de créditos com bancos.

"Há de cinco a seis cargas que não puderam ser descarregadas em portos porque os compradores não podem abrir cartas de crédito e não há carta de crédito para 5 a 6 cargas adicionais no oceano", disse a fonte. Cada carga panamax tem 50 mil a 60 mil toneladas.

Procurada pela Folha, a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), que representa as tradings, disse desconhecer o calote dos importadores chineses. O diretor da entidade, Sergio Mendes, disse que não foi informado sobre o episódio.

OUTROS CANCELAMENTOS

Em março, importadores chineses cancelaram até 600 mil toneladas em carregamentos de soja do Brasil e Argentina para envio entre março e maio, com um surto de gripe aviária no país e margens negativas no esmagamento afetando a demanda.

Os compradores estão negociando com fornecedores para atrasar ou cancelar mais carregamentos, disseram fontes à Reuters.

"Há um excesso de soja na China neste momento", disse então um operador sediado de Cingapura, no intervalo de uma conferência da indústria, na mesma cidade. "Eles cancelaram contratos para 10 navios Panamax e querem cancelar mais 30 cargas."

O cancelamento ocorreu depois que o país rejeitou quase 1 milhão de toneladas de milho dos Estados Unidos devido à descoberta de grãos de uma variedade transgênica não autorizada no país.


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