Folha de S. Paulo


Temer acalma empresários nos EUA e diz que Brasil é seguro para investir

Em mais um esforço para melhorar a imagem do Brasil entre investidores estrangeiros, o vice-presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira (7), a empresários em Nova York, que "não há motivos palpáveis para perda relativa de confiança" no país.

Elencando temas como inflação, responsabilidade fiscal, gastos públicos e infraestrutura, Temer pintou o quadro de que é possível manter um "otimismo sereno e progressivo" em relação ao Brasil.

"Asseguro aos senhores: a inflação está sob controle no Brasil", disse aos empresários. "Nos primeiros meses deste ano, houve um aumento do preço das hortaliças e novamente começou a se imaginar que o Brasil vai para um sistema inflacionário. Mas o governo tem meios e métodos para impedir que isso ocorra."

A inflação tem sido motivo de preocupação não só de investidores, mas da população -e do governo, que antecipa seu possível impacto eleitoral. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada no último fim de semana, 65% dos eleitores acreditam que a inflação deverá aumentar no próximo período.

Temer afirmou aos empresários que as despesas do governo federal também "estão sob controle" e que houve "melhora qualitativa das contas públicas" nos últimos anos. "Conseguimos acentuada redução da dívida líquida do setor público, que caiu de 42,1%, em 2009, no início da crise, para 34% do PIB, em 2013", afirmou.

Ele assegurou ainda que, apesar de 2014 ser um ano eleitoral, o governo não abrirá mão de uma "política fiscal mais austera".

Diante do rebaixamento da nota do Brasil (de "BBB" para "BBB-") pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, há duas semanas, Temer destacou que o país segue no chamado grau do investimento -ou seja, de mercado considerado seguro para se investir.

"Quero tranquilizar aqueles que ainda queiram aplicar no nosso país", disse, acrescentando que outra agência, a Moody's, assegurou que não vai reduzir a nota do Brasil até 2015.

O vice-presidente admitiu que a retirada dos estímulos pelo Fed (banco central americano) na economia "pode gerar volatilidade nos mercados financeiros". "[Mas] nossas reservas internacionais, hoje na casa dos US$ 376 bilhões, proporcionam um colchão seguro de absorção dessa volatilidade", afirmou.


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