Folha de S. Paulo


Índice que reajusta aluguel sobe 1,67% e supera previsão mais alta para o mês

Puxado por uma forte alta nos preços agropecuários no atacado e por alimentos mais caros no varejo, o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) –usado como referência em contratos de aluguel– subiu 1,67% em março.

A alta no mês superou até a mais pessimista das projeções. Entre as 31 consultorias consultadas pela Bloomberg, a expectativa mais elevada sugeria avanço de 1,63%. Na média, a previsão era de 1,52%.

O índice, divulgado nesta sexta-feira (28) pela FGV (Fundação Getulio Vargas), também é bem superior ao registrado em março do ano passado (0,21%) e em fevereiro (0,38%).

Com o resultado de março, o avanço acumulado passou para 2,55% no ano e 7,30% em 12 meses.

Os produtos agropecuários no atacado foram o vilão do mês. Saíram de uma queda de 0,61% para avanço de 6,16% e contribuíram para elevar o índice de preços no atacado (IPA) para 2,2%. Em fevereiro, o subíndice, que tem peso de 60% sobre o IGP-M total, havia avançado 0,27%.

O café ficou 34,47% mais caro em março e foi o destaque entre os avanços no atacado, ao lado de ovos (25,37), milho (10,95%), soja (4,06%) e bovinos (3,85%).

Os alimentos também representaram a maior fonte de pressão no varejo. O grupo teve alta de 1,55% depois de avanço de 0,49% em fevereiro. O tomate (43,39%) e a batata-inglesa (34,20%) foram os dois itens que mais subiram no mês.

O reajuste dos alimentos se tornou um dos principais desafios para o esforço do Banco Central de contar a inflação neste ano. O presidente do BC, Alexandre Tombini, reconheceu recentemente que um choque temporário tem pressionado os índices de preços.

Em relatório divulgado ontem, o Banco Central elevou a expectativa de inflação em 2014 para mais de 6% e citou os alimentos como uma das causas, além do reajuste de preços administrados.

A nova projeção indica que o IPCA deve ficar em 6,1%, mais próximo do teto da meta oficial, de 6,5%.


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