Folha de S. Paulo


Em Nova York, tendência é encolher escritório para expandir showrooms

Smartphones e agendas on-line podem colocar um escritório moderno no ciberespaço, mas o oposto acontece no setor de moda em Nova York. Nos últimos anos, muitas das principais empresas expandiram ou reconfiguraram seus escritórios para ampliar showrooms físicos.

Em alguns casos, as empresas tiveram de se mudar para evitar a escalada dos aluguéis comerciais em bairros tradicionais do setor, como o Garment District e o SoHo.

A PVH, por exemplo, conglomerado mundial que administra marcas como Tommy Hilfiger, Calvin Klein e Izod, renovou seu contrato de locação para do 10º ao 15º andar de um edifício e alugou também o nono andar, com 2.500 m², diz Matthew Astrachan, vice-presidente da imobiliária Jones Lang LaSalle, que intermediou o contrato -o maior do setor da moda no ano passado.

O valor chega a US$ 550 (R$ 1.300)/m².

TRÊS EM UM

Seguindo a tendência de das startups, empresas de moda como a Valentino estão colocando seu pessoal em espaços menores para fomentar a colaboração, dizem os corretores. Uma sala antes individual de 9 m² agora abriga cinco funcionários.

Nos últimos anos, o estilista italiano Valentino reformou a sede de suas operações americanas, em um edifício de 27 andares, transformando escritórios em showrooms com piso de madeira escura e iluminação por spots.

Os funcionários, por sua vez, se empilham em um labirinto de salinhas estreitas nos fundos do andar.

O funcionário típico de uma companhia de moda hoje requer 20% menos espaço do que há cinco anos, de acordo com Daniel Horowitz, corretor que tem a Valentino como cliente.

E os jovens estão acostumados com os espaços compartilhados tornados populares pelo Starbucks e outros lugares, diz o corretor Jeffrey Peck, parceiro de Horowitz.

A moda respondeu por 6% dos contratos de imóveis comerciais em Nova York no ano passado, com base na área locada, de acordo com a Jones Lang LaSalle. O setor de advocacia ficou com 10%.

Mas as locações para moda cresceram 1,7% em relação à média, enquanto as de advocacia caíram 3,5%.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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