Para amenizar um problema crônico de falta de mão de obra, empresas do Paraná estão buscando caminhoneiros na Colômbia para trabalhar nas estradas brasileiras.
A primeira leva de dez colombianos chegou ao país em fevereiro e finaliza a etapa de treinamento para começar a dirigir pelo país, onde o deficit de empregados na área é estimado em 100 mil pessoas.
O interesse de motoristas estrangeiros em trabalhar no Brasil é crescente. Segundo Gilberto Cantú, presidente do Setcepar (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná), que iniciou o convênio com os colombianos, já chegaram 230 currículos desde que os primeiros motoristas importados chegaram ao país.
"Eles ganham 40% mais e ainda têm mais direitos que lá", disse Cantú. Segundo ele, companhias de outros Estados já pediram currículos dos estrangeiros para preencher suas vagas.
Ricardo Camacho, 46, caminhoneiro há 18 anos, é um dos colombianos que optaram por atuar no Brasil. Em treinamento, até o fim do mês estará apto a trabalhar nas estradas brasileiras.
Camacho dirigia caminhões para transporte de contêineres na Colômbia, mas preferiu as condições de trabalho brasileiras.
Theo Marques/Folhapress | ||
Os caminhoneiros colombianos Renato Ballesteros (esq.) e Ricardo Camacho, trazidos ao Paraná pela transportadora Diamante por iniciativa do sindicato do setor |
MOTORES DESLIGADOS
Não há estimativas precisas, mas a falta de mão de obra tem deixado, cada vez mais, caminhões e ônibus parados nos pátios. Segundo Wesley Passaglia, diretor da área de treinamento da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), desde 2011 já foram formados 11 mil caminhoneiros, mas o volume é insuficiente para a demanda.
Por isso, a entidade agora está oferecendo de graça a primeira habilitação a 50 mil jovens, em troca que de eles fiquem vinculados por dois anos, para serem treinados.
O treinamento é também necessário porque, por falta de pessoal, profissionais com pouca experiência estão assumindo o volante, o que aumenta os acidentes, segundo a corretora de seguros MDS.
Pesquisa realizada pela corretora ao longo de um ano, sobre base de dados de 9.000 clientes no país, apontou que falha humana é responsável por dois em cada três acidentes com transportes de carga.