Folha de S. Paulo


Por lucro maior, lojas on-line deixam de oferecer frete grátis

Lojas virtuais brasileiras estão reduzindo a oferta de frete grátis para entrega de produtos, uma das estratégias mais usadas pelo setor para atrair consumidores.

De acordo a consultoria E-bit, em dezembro do ano passado 50% das entregas foram feitas sem custo para o cliente, o menor índice para o mês desde que a consultoria começou a medir a prática, em 2010 -naquele ano, a taxa havia sido de 68%.

editoria de arte/folhapress

Para Pedro Guasti, diretor-executivo da empresa, a tendência de cobrar pelo transporte do produto vai se manter neste ano. Isso porque as empresas estão buscando mais rentabilidade nas vendas. O frete representa de 10% a 15% dos custos de operação de uma loja virtual.

Ganha força no setor a estratégia de só oferecer a gratuidade mediante um valor mínimo de compra ou para um prazo maior de entrega.

Na Dafiti, uma das líderes da venda de roupas pela internet, só tem o benefício quem realiza aquisições acima de R$ 99,90. E é preciso esperar até quatro dias úteis pelo produto.

"O consumidor vai ter de se acostumar", diz Guasti. Uma pesquisa feita pela E-bit no ano passado com 4.700 consumidores virtuais indicou que 23% deles escolhem uma loja on-line especificamente pelas opções de frete.

De acordo com a Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o prazo médio de entrega para produtos em São Paulo, que já foi de quatro dias, hoje em está em seis, em razão de as pessoas aceitarem esperar mais pelo recebimento em troca de gastar menos.

Mauricio Salvador, presidente da Abcomm, afirma que as empresas mudaram a estratégia em razão de "a conta não estar fechando".

"Desde 2008, o preço do frete para o e-commerce vem aumentando de 5,5% a 7% ao ano. Isso corrói a margem de lucro, especialmente das pequenas lojas", diz.


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