O calendário beneficiou o setor automotivo no primeiro bimestre de 2014.
De acordo com dados divulgados pela Anfavea (associação das montadoras), o total de vendas no mercado interno cresceu 4,6% na comparação com o mesmo período no ano passado.
Foram emplacados 571 mil unidades nos dois primeiros meses deste ano.
Segundo Luiz Moan, presidente da entidade, o Carnaval tardio, que neste ano caiu em março, influenciou positivamente os emplacamentos.
Contudo, houve queda de 2,7% na produção nos dois primeiros meses do ano em relação a 2013, fato atribuído às férias coletivas, que avançaram pelo mês de janeiro.
A Anfavea prevê que as exportações manterão a tendência de crescimento em 2014 e deverão registrar alta de 1,4% no ano, chegando 575 mil unidades.
A entidade considera que será necessário chegar a 1 milhão de veículos exportados em 2017 para garantir que o crescimento da capacidade produtiva, que deverá chegar a 6 milhões de unidades em três anos, não gere ociosidade.
"Acreditamos que o mercado interno consumirá 4,5 milhões de veículos em 2017. Se exportamos 1 milhão, o que representa cerca de 18% da produção estimada para aquele ano, haverá equilíbrio. Em 2005, chegamos a exportar 900 mil unidades, o que representou cerca de um terço dos modelos fabricados naquele ano", afirmou Moan.
ARGENTINA
Mas a maior preocupação do setor hoje recai justamente sobre as vendas para um país vizinho.
"Temos uma preocupação grande com a crise na Argentina, pois nossa relação não é de simples compra e venda de produtos. Dependemos de peças produzidas lá, e eles dependem de nossa produção também", afirmou o presidente da Anfavea.
COMERCIAIS LEVES
Considerando apenas o segmento de carros de passeio, o crescimento nas vendas no primeiro bimestre em comparação ao mesmo período do ano passado é de 2,1%, com 412 mil unidades comercializadas.
Já os comerciais leves, nicho que inclui modelos como o Ford EcoSport e o Fiat Fiorino, registraram alta de 15,3%, com 134,3 mil emplacamentos.
Entre os veículos pesados, houve queda de 3,9% nas vendas nos dois primeiros meses de 2014.
Para a Anfavea, isso é reflexo da demora no estabelecimento das novas regras e taxas para o Finame (programa de financiamento), que passaram a vigorar no dia 27 de janeiro, com perda de dias úteis para aprovação de crédito.