Folha de S. Paulo


Indústria inicia ano com alta de 2,9%, aponta IBGE

Após o forte e surpreendente tombo de dezembro, a indústria iniciou o ano com uma tendência de recuperação a trajetória e registrou alta de 2,9% em relação a dezembro, segundo dados divulgados na manhã desta terça-feira pelo IBGE.

Em dezembro, a produção do setor caiu 3,7%, acima do previsto e na pior marca para o mês desde 2008, no auge da crise global. No ano fechado de 2013, a indústria cresceu 1,2%, sem recuperar a perda de 2,5% de 2012.

O dado de dezembro foi revisado; anteriormente a queda informada era de 3,5%.

O resultado de janeiro ficou próximo às expectativas de analistas, que esperavam um crescimento de cerca de 3%. A melhora se deveu à redução dos estoques de importantes setores, especialmente o de veículos.

Na comparação com janeiro de 2013, a indústria apontou uma retração de 2,4%. Para 2014, persistem entraves a um crescimento mais firme da indústria, como uma possível piora do mercado de trabalho, juros elevados, crédito mais fraco e confiança de empresários e consumidores combalida.

Nos últimos 12 meses, o setor acumula alta de 0,5%.

A reação de janeiro não foi suficiente para recompor as perdas acumuladas em novembro e dezembro de 2013, quando a indústria somou uma queda de 4,3% nos dois meses de desempenho negativo.

"O mês de janeiro tem uma melhora do seu ritmo de produção bastante disseminada entre os setores, mas ainda há um espaço a ser recuperado frente ao dois últimos meses de 2013", disse André Macedo, gerente do IBGE.

Segundo o economista, os setores que tiveram bons resultados seguiram um padrão de recuperação após quedas expressivas nos últimos meses –em muitos casos, sem recuperar totalmente a perda.

É o caso de veículos, que registrou queda acumulada de 23,5% de outubro a dezembro, e voltou a crescer em janeiro, puxado especialmente pela maior produção de caminhões.

Editoria de Arte/Folhapress

SETORES

De dezembro para janeiro, a indústria cresceu na maioria dos setores –17 dos 27 pesquisados pelo IBGE. A expansão mais relevante foi a do ramo farmacêutico (29,4%), que se recuperou de uma forte queda em dezembro (-12,3%), num sinal de recomposição de estoques.

Em seguida, veio o setor de veículos, cuja alta de 8,7% não recompõe a queda de 18,2% registrada em dezembro, mas também indica novas encomendas para suprir estoques mais baixos.

Outras altas de destaque ficaram com máquinas e equipamentos (6,4%) e equipamentos de informática (18,6%), igualmente retomando a produção após um dezembro de fraco desempenho.

Já as quedas mais expressivas ficaram com fumo (-47,6%), produtos químicos (-2,5%) e refino de petróleo e produção de álcool (-2,2%). Ao todo, nove setores registraram resultados negativos e um mostrou estabilidade.


Endereço da página:

Links no texto: