Folha de S. Paulo


Investimento reage e é destaque do PIB em 2013

O PIB do país deu um salto frente a 2012 graças ao investimento, que se recuperou e cresceu 6,3% em 2013, após uma queda de 4% em 2012.

Em 2013, o Produto Interno Bruto do Brasil cresceu 2,3%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE.

Esse resultado foi puxado pelo desempenho de 0,7% no quarto trimestre, acima do esperado pelos analistas.

O investimento avançou na esteira da maior produção de máquinas, equipamentos e caminhões e dos financiamentos e programas à habitação que alavancaram a construção civil, além do aumento das importações de máquinas, segundo Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE.

Diante desses fatores, os investimentos contribuíram com 1,3 ponto percentual para o avanço de PIB em 2013, numa taxa próxima ao peso do consumo das famílias –1,4%. Isso apesar de o consumo ser o principal componente do PIB sob a ótica da demanda, com participação superior a 60%.

Apesar de serem o destaque no ano, os investimentos já mostraram uma perda de ritmo no último trimestre, com alta de apenas 0,3% frente ao terceiro trimestre –numa velocidade inferior à expansão de 0,7% do PIB.

Editoria de Arte/Folhapress
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O consumo das famílias desacelerou em 2013 e cresceu 2,3%, na mesma taxa do PIB, algo incomum nos últimos anos, quando o foco do governo era estimular a economia a partir de medidas para incrementar o consumo, como a desoneração de tributos. Em 2012, o PIB havia crescido menos –apenas 1%.

Pela ótica da oferta, a indústria cresceu 1,3% em 2013. Os serviços avançaram 2% no ano passado e a agropecuária-de menor peso - teve o melhor resultado desde o 1996, com uma alta de 7%, embalada pela safra recorde de grãos.

Para Palis, os investimentos cresceram sob impacto de programas de crédito direcionado à habitação e financiamentos a juros especiais (inclusive menores do que a inflação) do BNDES para a compra de máquinas, equipamentos e caminhões.

"O investimento foi o que fez o PIB mudar de rumo em 2013", disse Palis.

Com o maior dinamismo em 2013 dos investimentos, a taxa de investimento na economia brasileira subiu e bateu em 18,4% do valor do PIB –o percentual havia sido de 18,2%.

Já a taxa de poupança ficou em 13,9%, menor do que os 14,6% de 2012, segundo o IBGE. Um dos motivos é que o país ampliou seu deficit corrente e sua necessidade de se financiar com recursos do exterior subiu de R$ 130,7 bilhões em 2012 para R$ 195,5 bilhões em 2013 em decorrência da piora do saldo da balança comercial, segundo Palis.

PERSPECTIVAS

O resultado do PIB no quarto trimestre, de 0,7%, ficou acima do esperado pelos analistas, que previam avanço entre 0,3% e 0,5%. As exportações de bens e serviços foram destaque no período, com alta de 4,1%, seguido de serviços (0,7%).

A previsão para este ano, contudo, é de uma desaceleração na economia diante do ritmo mais fraco do emprego e do rendimento, inflação elevada, crédito restrito e a fragilidade na confiança dos empresários e consumidores. As projeções dos analistas sugerem um crescimento de 1,7%.

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