Empresários de algumas das maiores empresas do país transformaram um jantar na residência oficial da Câmara dos Deputados em palco para ataques à política econômica do governo Dilma, com críticas diretas ao ministro Guido Mantega (Fazenda) e até discursos em defesa do "volta Lula".
O encontro, que ocorreu na noite de terça-feira (18), reuniu grande empresários de diversos setores como construção, siderurgia, bebidas, telefonia, transportes, petroquímica e agronegócio. Entre os convidados estavam os presidentes da Gerdau S.A., Jorge Gerdau Johannpeter, vice-presidentes da Ambev, Pedro Mariani, Gustavo Barreto, do grupo Queiroz Galvão e José Antonio Fernandes Martins, da Marcopolo.
Segundo congressistas, a principal queixa do empresariado foi a falta de um canal de negociação aberto com o Planalto, em especial com a presidente Dilma Roussef. Sobrem ainda queixas sobre o estilo intervencionista da petista, além da morosidade nas decisões e investimentos para o país. A avaliação é de que o Brasil vive uma crise de credibilidade internacional que afeta o crescimento da economia.
Na esteira dessa reclamação, vários dos empresários presentes teriam dito que seria bom o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tinha sensibilidade com suas demandas e habilidade para negociar alternativas.
A presidente também foi repreendida por segurar o ministro Guido Mantega no governo, mesmo com uma gestão que, segundo eles, ficou manchada por manobras fiscais.
O jantar tinha como pano de fundo a discussão de uma agenda econômica para a Câmara. A ideia era fechar uma pauta de interesse dos empresários, potenciais financiadores das campanhas, fugindo dos temas impostos pelo Executivo. De acordo com parlamentares, o Congresso tem apenas carimbado os temas econômicos determinados pelo Planalto.