Folha de S. Paulo


Família Bertin acerta venda de sua fatia do JBS para os irmãos Batista

A família Bertin acertou a venda de sua participação no JBS, a maior empresa de proteína animal do mundo, para os irmãos Batista. O JBS foi criado a partir da fusão dos frigoríficos Bertin e Friboi, que pertencia aos Batista.

O valor da transação está sendo mantido em sigilo, mas, conforme a Folha apurou, os Bertin estão saindo da holding controladora.
O negócio já está fechado, mas ainda não foi efetivado.

As duas famílias eram sócias na FB Participações,que detém 41,43% das ações do JBS. Batista e Bertin tinham fatias praticamente equivalentes na holding, embora os irmãos Batista administrassem a companhia.

Com a venda das ações, os Bertin já retiraram da Justiça o processo que moviam contra os Batista, antecipado pela Folha. Eles chegaram a acusar os ex-sócios de "desviar" parte de suas ações para uma empresa com sede nos Estados Unidos.

Segundo apurou a reportagem, os Batista e os Bertin, encerraram a sociedade de forma amistosa, apesar das pendências judiciais.

Em setembro de 2009, os Batista fundiram Friboi e Bertin ao mesmo tempo em que compraram a americana Pilgrim. Para a operação, receberam um controverso aporte de R$ 3,5 bilhões do BNDES.

O Bertin estava numa situação delicada, com R$ 6 bilhões em dívidas com bancos públicos e privados. As dívidas foram alongadas para permitir que os Batista entrassem no negócio.

A aquisição do Bertin foi a principal tacada da família Batista para formar o conglomerado que comanda hoje, que engloba um banco, uma empresa de cosméticos e outra de celulose.

A previsão é que o JBS tenha fechado o ano com faturamento de R$ 100 bilhões. Na época da fusão, as vendas das empresas combinadas estavam em R$ 60 bilhões.

Depois da fusão com o Friboi, os Bertin investiram nas áreas de energia e infraestrutura. Procurados, Bertin e JBS não se manifestaram.


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