Folha de S. Paulo


Com baixa produção, fábrica da Volks suspende contratos de trabalho no PR

Com produção abaixo do normal e a fim de evitar demissões, a fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, no Paraná, deve suspender o contrato de trabalho de 300 funcionários por até três meses.

O número corresponde a 12% dos trabalhadores da unidade.

A fábrica, que produz a linha Fox (Fox, Crossfox e Spacefox), teve queda na produção diária de automóveis, que pulou de 800 para 640 desde o final do ano passado.

A suspensão de trabalhadores ocorre quatro meses após o anúncio de um plano de investimentos de R$ 520 milhões para a ampliação da unidade. A partir do ano que vem, ela produzirá o Golf geração 7 -mas, desde o fim de 2013, deixou de fabricar o antigo Golf e, por isso, diminuiu sua atividade.

A Volks admite, em nota, que este é um "período de transição" e que há "baixa demanda de mercado". Mas afirma que "vê com confiança o futuro promissor" da fábrica paranaense.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, Sérgio Butka, a empresa "demorou" para anunciar investimentos na planta do Paraná e reagir à competitividade do mercado.

"O único produto que produzimos hoje aqui, o Fox, perdeu mercado em virtude de outros lançamentos", diz ele.

"Tem que se pensar em um novo modelo que seja de entrada, para substituir o Fox. Senão, nos próximos anos, poderemos ter problema novamente nessa planta", completa.

Segundo Butka, outro fator que pode ter colaborado para a ociosidade da fábrica paranaense são as barreiras comerciais impostas pela Argentina, já que parte da produção é exportada para o país vizinho.

ASSEMBLEIA

Os trabalhadores da Volks votaram nesta segunda-feira (17) a proposta de layoff, como é chamado o afastamento temporário.

Pelo acordo, os funcionários continuarão recebendo o valor do salário integral e terão garantia de retorno. No período de três meses, vão fazer cursos de qualificação profissional e receberão seguro desemprego.

A proposta havia sido aprovada nas duas primeiras assembleias, de manhã e à tarde, e seria votada novamente pelos funcionários do turno da noite.

Os 300 trabalhadores devem entrar em layoff entre março e agosto -150 pessoas a cada três meses.


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