Folha de S. Paulo


Empresas miram bancas de jornal de São Paulo para a Copa

Dois meses após a sanção da lei que permite às bancas da cidade de São Paulo vender outros produtos além de jornais e revistas, empresas estão negociando com o sindicato dos jornaleiros o uso de mais de 3.500 pontos como locais de venda de olho na Copa do Mundo.

Coca-Cola, Grupo Petrópolis (dono do energético TNT) e Sorvetes Jundiá confirmaram, por meio de suas assessorias, que estão conversando com a entidade. Elas não deram detalhes das negociações, afirmando que ainda não estão concluídas.

A Kibon, da Univeler, que também estaria em negociação, segundo o sindicato, não comentou o assunto.

A Kingston, marca de cartões de memória e pendrives, é a que está mais próxima de fechar negócio. O gerente de canais da empresa no Brasil, Paulo Vizaco, diz esperar um aumento de 10% nas vendas após a parceria.

"A capilaridade das bancas vai nos proporcionar uma aproximação com os consumidores em trânsito", disse.

Danilo Verpa/Folhapress
Banca Bruno, na Paulista, é uma das que já vendem produtos permitidos pela lei, como bolas e refrigerantes
Banca Bruno, na Paulista, é uma das que já vendem produtos permitidos, como bolas e refrigerantes

De acordo com o presidente do sindicato, José Mantovani, a circulação de pessoas durante o evento está atraindo as empresas. São Paulo sediará o jogo de abertura do Mundial, entre Brasil e Croácia, em 12 de junho.

Segundo Mantovani, fabricantes de bolas e camisas de time também procuraram os representantes do setor.

Nas reuniões, estão sendo discutidas questões como preços, campanhas temáticas e distribuição.

À medida que os negócios forem fechados, a entidade avisará os jornaleiros dos preços oferecidos pelas empresas -­que devem ser mais baixos do que os dos concorrentes -­e entregará às companhias o cadastro das bancas.

A partir daí, os representantes das marcas entrarão em contato com cada jornaleiro, que decidirá se deseja participar do negócio.

DISTRIBUIDORA

Inicialmente, explica Mantovani, as empresas devem usar seus sistemas de distribuição. Esse modelo "de porta em porta", no entanto, não deve durar muito. Com o apoio de três investidores, o sindicato começou a organizar uma distribuidora própria.

A estrutura, segundo o presidente, custará entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões e deve estar pronta em fevereiro.

Independentemente das negociações, Mantovani já observava uma melhora no ânimo dos jornaleiros após a lei. "Antes, o cara estava deprimido, não fazia ações no ponto dele. Agora tem possibilidades."

Nos últimos três anos, cerca de 1.500 bancas fecharam na cidade, boa parte por problemas financeiros."Neste ano não fecha nenhuma", diz.


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