Folha de S. Paulo


Inflação dos alimentos cai e abre espaço para aumento das vendas

A inflação dos alimentos, apesar de elevada, deu um refresco no fim de 2013 e abriu espaço para o avanço das vendas dos supermercados.

O setor foi o que mais contribuiu para a expansão do comércio em novembro, segundo o IBGE.

Para Aleciana Gusmão, técnica do IBGE, esse fator foi determinante para a reação das vendas, que vinham de fracos resultados em meses anteriores.

A inflação dos alimentos no domicilio saiu de um patamar de 13% em 12 meses no começo de 2013 para cerca de 8% em novembro, de acordo com ela.

"É uma taxa ainda elevada, mas não deixa de ser um alívio", disse.

ESTRATÉGIAS

Para enfrentar a alta dos preços, alguns consumidores estão retomando o hábito de fazer compras uma vez por mês, para reduzir o impacto no orçamento doméstico.

Além disso, as compras em atacadistas, que geralmente cobram mais barato pelo volume de produtos iguais adquiridos pelos clientes, e a substituição de marcas por outras similares mais baratas ajudam a manter o orçamento sob controle.

Para Celso Grisi, coordenador de projetos da FIA, entidade privada ligada à USP, a redução do número de idas ao supermercado é uma das principais estratégias contra a inflação. "Se a pessoa comprava quatro vezes ao mês, deve considerar comprar duas, uma no início e outra no meio do mês. É uma forma de tentar não ser vítima da inflação, pois os preços estão subindo rapidamente", diz.

OUTROS FATORES

Outro fator que ajudou os supermercados e também o ramo de móveis e eletrodomésticos foi uma antecipação das compras por conta da primeira parcela do décimo terceiro, paga no fim de novembro.

Gusmão afirmou ainda que o crédito ainda em crescimento também favoreceu o varejo.

O fato é que o setor não repetirá em 2013 o mesmo desempenho de anos anteriores. Analistas esperam uma alta na faixa de 4,5% a 5% para 2013.

Em 2014, a grande incógnita em relação ao comportamento do varejo será o mercado de trabalho, que já dá sinais de desaceleração com a renda em crescimento mais modesto e o emprego estagnado.

Os juros mais altos –elevados para conter a inflação num ano eleitoral– são outro limitador do varejo, ao tornar o crédito mais caro.


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