Folha de S. Paulo


Brasileiro é multado nos EUA por operação com ações do Burger King

Um operador de mercado brasileiro foi condenado a pagar uma multa de US$ 5,63 milhões nos Estados Unidos por ter usado informações privilegiadas para lucrar com ações do Burger King em 2010.

Waldyr da Silva Prado Neto foi acusado de fazer negociações na Bolsa após saber que o fundo 3G Capital, de empresários brasileiros, planejava comprar a rede de alimentação americana meses antes do anúncio da transação, em setembro daquele ano.

A informação teria partido de um cliente de Prado no banco Wells Fargo, onde trabalhava na época. O informante era um dos investidores do 3G Capital. Segundo a SEC (comissão de valores mobiliárias dos EUA), o cliente compartilhava os segredos por considerar que a confidencialidade seria respeitada.

A investigação concluiu que a dica rendeu um ganho de US$ 175 mil ao operador e foi repassada para pelo menos quatro clientes.

A decisão, anunciada ontem pela SEC, pode não ser executada porque há suspeita de que o réu tenha viajado ao Brasil, sem ter montado uma defesa contra acusação e ignorando os esforços do regulador americano para encontrá-lo.

Desde setembro, os bens do operador estão bloqueados após a primeira vitória da SEC no caso. O patrimônio inclui uma casa em Miami, que foi colocada à venda após a decisão do ano passado. Os reguladores também acusam Prado de ter transferido bens para fora dos EUA antes do congelamento.

O Burger King foi comprado pelo 3G Capital em setembro em um negócio de US$ 4 bilhões. Além de assumir dívidas da rede, o fundo de investimento dos brasileiros aceitou pagar US$ 24 por ação, 46% acima do valor dos papéis dois dias antes, quando surgiram rumores de compra.


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