Folha de S. Paulo


Credores liberam US$ 50 milhões para OGX, de Eike

Os credores internacionais da OGX, do empresário Eike Batista, liberaram um financiamento de US$ 50 milhões para a empresa, conforme fato relevante divulgado ao mercado.

É o primeiro passo do acordo celebrado pela petroleira na véspera do Natal, que prevê uma injeção de capital de US$ 200 milhões a US$ 215 milhões por parte dos credores internacionais e a conversão da dívida total da empresa (US$ 5,8 bilhões) em ações.

Os US$ 50 milhões liberados hoje são um "empréstimo-ponte" para que a OGX pague suas despesas até o fim do mês, quando começa a chegar a injeção de capital dos credores, que ainda está dependente de algumas condições.

Se tudo der certo, a previsão é que o dinheiro dos credores venha e em duas parcelas: US$ 110 milhões no final do mês (que serão parcialmente utilizados para pagar o empréstimo concedido hoje) e outros US$ 90 milhões após a aprovação do plano de reestruturação da companhia, que está em elaboração e deve ser apresentado em meados de fevereiro.

O "empréstimo-ponte" foi concedido por alguns credores, cujos nomes estão protegidos por sigilo. Os principais credores estrangeiros da OGX são os fundos de investimentos Pimco, BlackRock, Ashmore e GSO.

A modalidade escolhida pela empresa para o "empréstimo-ponte" foi o contrato de pré-pagamento de exportação, que está ligado a atividade principal da OGX (exportar petróleo) e era a que pagava menos impostos.

De acordo com o fato relevante, esse empréstimo terá prioridade de pagamento, já que foi concedido após a empresa entrar em recuperação judicial. Também foram oferecidas pela empresa garantias não especificadas que recaem sobre o ativo e, portanto, precisam da aprovação do juiz.

A OGX mudou recentemente seu nome para Óleo e Gás Participações. Foi a mesma estratégia de outras empresas do grupo que preferiram tirar o X do nome para se desvincular da imagem de Eike.


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