Folha de S. Paulo


Inflação deve se manter elevada no começo de 2014, dizem analistas

Preocupado com a inflação, o governo lançou mão da alta de juros no ano passado. Segundo analistas, o "remédio amargo" será necessário em 2014 para conter a alta dos preços, que, em dezembro, subiram já acima do previsto.

O IPCA de 0,92% acendeu o sinal amarelo. Ficou além do esperado e mostrou aumentos disseminados especialmente entre os alimentos, que subiram 0,92% –acima do já elevado índice de 0,54% em novembro e no maior índice para o mês desde 2002.

Alta dos preços livres, não controlados pelo governo, é a maior em dez anos
Dezembro tem maior inflação desde 2002 e IPCA fecha 2013 acima do esperado
Postos repassaram todo reajuste da gasolina aos consumidores
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Diante desse cenário, analistas veem uma inflação elevada nos primeiros meses deste ano. A consultoria LCA prevê uma alta de 0,76% do IPCA em janeiro. A taxa só vai ceder graças ao fim do impacto do reajuste da gasolina, absorvido pelo índice de dezembro.

Com o calor e as chuvas forte em algumas regiões, é provável que os alimentos sigam pressionados em janeiro, numa tendência típica dos primeiros meses do ano –período no qual outro grupo também puxa o IPCA, o de educação, com o reajuste das mensalidades.

Editoria de Arte/Folhapress

ALIMENTAÇÃO

Dois serão os focos de reajustes dentro do grupo alimentação: a alimentação fora do domicílios e os chamados produtos in natura, como frutas, legumes e hortaliças, sempre mais sensíveis ao clima.

Em dezembro, as carnes já vieram bastante pressionadas, com aumento de 2,33% no mês –para uma alta até que moderada de 4,57% no ano, abaixo do índice do grupo alimentação como um todo (8,03%).

Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE, as maiores exportações da carne brasileira (com o câmbio mais favorável e problemas em outros mercados fornecedores) reduziram a oferta nos supermercados do país, puxando os preços para cima.

"Claro que há também um efeito da maior demanda no final de ano por causa das festas", diz.

Para este ano eleitoral, analistas esperam uma inflação um pouco mais pressionada. A LCA projeta 6%. A consultoria Rosenberg & Associados prevê 5,9%, mas com um "viés de alta."


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