Folha de S. Paulo


Inflação afeta intenção de consumo em SP, diz pesquisa

A inflação continua a corroer a capacidade de compra e a intenção de consumo na cidade de São Paulo, segundo pesquisa do instituto Provar (Programa de Administração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração).

A intenção de compra de bens duráveis no primeiro trimestre deste ano recuou 7,2 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o último trimestre de 2013, no entanto, houve uma melhora sutil de 2,8 pontos percentuais.

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O cenário se repete quanto ao orçamento familiar que sobra após todas os gastos. Nesse quesito, houve uma queda de 11,4% no primeiro trimestre de 2013 para 9% no primeiro trimestre deste ano.

Em relação ao último trimestre do ano passado, houve melhora de 1,7 pontos percentuais.

FREADA

Para Cláudio Felisoni, presidente do conselho do Provar/FIA, há a consolidação de uma freada do consumo e uma menor disposição ao gasto. Dados de outubro de 2013 mostram uma evolução de 2,6% nas vendas em relação ao mesmo período de 2012. O crescimento, no entanto, é menor do que o observado entre outubro de 2012 e outubro de 2011, que foi de 11,7%.

Entre outros fatores, isso ocorre porque, com a inflação, não há mais espaço para estímulos ao consumo, como ocorreu em anos anteriores. Segundo Felisoni, isso traria um novo aumento dos preços, o que acabaria neutralizando o estímulo. "O sustento do consumo depende da capacidade produtiva na economia, que tem se dado de forma vagarosa", afirma ele.

EMPREGO

As pessoas estão mais otimistas em relação ao nível de emprego, segundo a pesquisa: a expectativa de desemprego caiu cerca de 25% em relação ao último trimestre de 2013. Mas isso não está se refletindo numa melhora substancial da expectativa de compra. Para Felisoni, há uma cautela maior para o gasto.

O otimismo também não se refletiu no aumento da poupança. No último trimestre, 26% das pessoas afirmaram que conseguiram poupar. Um ano antes, esse nível foi de 29%.

A linha branca se destacou na pesquisa, e apresentou a maior intenção de gasto, em valor, desde o início de sua elaboração, em 1999, ficando em R$ 2.487. O recorde também se repetiu para a disposição de gasto para imóveis, que ficou em R$ 195.172.

CATEGORIA INTENÇÃO DE GASTO (em R$)
Linha branca 2.487
Móveis 2.585
Eletroeletrônicos 1.952
Material de construção 5.051
Informática 1.533
Cine e foto 602
Telefonia e celulares 588
Cama, mesa e banho 703
Eletroportáteis 627
Automóveis 26.711
Vestuário e calçado 496
Viagens e turismo 2.624
Imóveis 142.497

Fonte: Provar-FIA


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