Folha de S. Paulo


Governo elabora plano para pressionar ALL

O governo determinou que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) aperte o cerco sobre a ALL (América Latina Logística), empresa ferroviária que controla 13 mil km de vias férreas no Sul, Centro-Oeste e São Paulo.

A intenção é mapear exatamente onde há descumprimento de contrato, quais são as previsões previstas para aplicação de punições e as possíveis cobranças que poderão ser feitas sobre a empresa.

Com essa informação a ideia é pressionar a empresa a realizar os investimentos e as obras que estão no contrato.

O plano foi discutido durante a reunião convocada pela presidente Dilma Rousseff na manhã desta terça-feira (7). Estiveram presentes a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Luís Inácio Adams.

Adams estava de férias, mas mesmo assim foi chamado pela presidente para tratar o assunto.

ALL é a maior companhia ferroviária em extensão de malha no país é considerada "quebrada".

Desde 2009 ela já recebeu 265 multas do governo brasileiro, no valor total de R$ 111 milhões, por diversos problemas, como abandono da malha, falta de prestação de serviço e preços abusivos.

Para o governo é importante que a empresa cumpra as determinações impostas pela concessão, uma vez que a integração da malha ferroviária do país depende da conclusão de alguns trechos licitados para a empresa.

Um dos principais gargalos, por exemplo, está em trechos que ligam Santos a Campinas. Ou seja, que facilitariam o escoamento de carga pelo porto de Santos.

Por isso, o governo ainda não descartou a possibilidade de convidar representantes da empresa para conversar sobre os problemas encontrados e tentar chegar a um denominador comum.

Procurada pela reportagem, a empresa, porém, alega não ter recebido qualquer convite do governo. A assessoria de imprensa evitou fazer qualquer outra consideração sobre o caso.

Segundo a Folha apurou, o governo quer fazer uma nova reunião nesta quarta-feira (8) com representantes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também para tratar sobre ferrovias e do caso da ALL.


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