Folha de S. Paulo


JPMorgan deve pagar US$ 2 bilhões em acordo sobre caso Madoff

O banco americano JPMorgan Chase deve pagar nesta semana US$ 2 bilhões, como parte de um acordo civil e criminal com autoridades federais que suspeitam que a instituição ignorou sinais sobre o esquema de pirâmide comandado pelo ex-presidente da Bolsa Nasdaq, Bernard Madoff, 75.

De acordo com os termos do acordo, o banco irá pagar mais de US$ 1 bilhão à promotoria de Manhattan e o restante ao Departamento do Tesouro e ao Escritório do Controlador da Moeda (OCC, sigla em inglês).

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Se o pagamento for efetivado, o montante pago pelo JPMorgan para resolver as investigações do governo nos últimos 12 meses deve chegar a cerca de US$ 20 bilhões.

Madoff está cumprindo uma sentença de 150 anos de cadeia depois de admitir culpa no caso em março de 2009. O esquema de investimento fraudulento funcionou por décadas e movimentou até US$ 65 bilhões.

Ele foi acusado de 11 crimes, entre eles lavagem de dinheiro, perjúrio e fraude. No esquema –conhecido como pirâmide financeira ou Ponzi–, Madoff prometia retornos altos e fixos aos investidores, e fazia os pagamentos não por meio de rendimentos, mas por meio da entrada de novos clientes no esquema.

O JPMorgan, que era o banco mais usado por Madoff, deve ser citado pela promotoria por ter violado o Ato de Sigilo Bancário, uma lei federal que obriga os bancos a manterem um controle interno contra a lavagem de dinheiro e reportar transações suspeitas às autoridades.

Em 2012, o banco registrou lucro líquido de US$ 21,3 bilhões e receita líquida de US$ 97 bilhões.

E-mails trocados entre um gerente de risco e outro executivo do banco, em dezembro de 2008 –antes da prisão de Madoff–, falam sobre suspeitas de que o esquema de investimentos comandado por ele fosse uma pirâmide. Nenhum executivo da instituição foi pessoalmente acusado de delito.

Em novembro do ano passado, o banco fechou um acordo para pagar uma multa recorde de US$ 13 bilhões para o governo dos EUA E cinco Estados americanos, ao admitir que passou informações erradas na venda de ativos ligados a hipotecas imobiliárias.

Com informações do "NEW YORK TIMES"


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