Três das seis ações que estrearam nesta segunda-feira (6) no principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, subiram.
Foram elas: Qualicorp, do segmento de benefícios coletivos (como planos de saúde e seguros pessoais), com alta de 1,33%, Even (construção civil), com valorização de 0,64%, e Estácio (educação), com ganho de 0,31%.
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Já BB Seguridade (braço de seguros do Banco do Brasil) teve queda de 1,41%, Tractebel (energia), baixa de 1,26%, e Ecorodovias (concessionária de rodovias), de 2,68%.
O Ibovespa terminou o praticamente estável, com leve perda de 0,01%, a 50.973 pontos.
Para analistas, com a entrada de setores relacionados ao consumo interno e que estão em bom um momento, como o de infraestrutura, o índice deve recuperar-se de ao menos de parte da queda de 15,5% de 2013.
"Mesmo que a economia esteja patinando, alguns setores estão em um momento bom. Os projetos de infraestrutura, por exemplo, estão sendo acelerados para a Copa do Mundo e a Olimpíada. Muitas concessões de rodovias estão sendo realizadas e são projetos que duram 30 anos. É bastante tempo", diz Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global.
"Ficou claro em 2013 que o desempenho do Ibovespa não refletia muito bem o desempenho geral dos papéis brasileiros. Alguns setores foram bem, mas o índice caiu no acumulado anual. Ele estava muito focado em ações específicas", acrescenta.
Mesmo com as alterações, o índice continua sendo representado por 72 ações, pois houve a retirada dos papéis de MMX, B2W, Transmissão Paulista e Vanguarda Agro, assim como os ordinários (menos negociados, com direito a voto) de Oi e Usiminas.
"Outro setor que apresentou desempenho bom nos últimos anos, a despeito da economia mais enfraquecida, foi educação. O governo tem estimulado o crescimento desse setor, com programas de acesso das camadas mais humildes da sociedade às universidades. Isso tem ajudado a sustentar os lucros dos grandes grupos educacionais do país", diz Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.
Além das estreantes no Ibovespa, também ganharam destaque hoje as ações da TIM, que chegaram a cair mais de 2% ao longo do dia, devolvendo parte do forte ganho de mais de 10% registrado na sexta-feira, mas fecharam estáveis em R$ 13,42. A espanhola Telefônica negou hoje que esteja envolvida na preparação de uma oferta conjunta pela TIM, a operadora móvel brasileira da Telecom Italia. O rumor sobre o negócio fez as ações dispararem na semana passada.
ECONOMIA
Influenciou o desempenho mais fraco do Ibovespa as perspectivas nada animadoras para a economia brasileira neste ano. "O ano passou, mas os problemas internos continuam. A economia ainda está fraca as contas públicas deterioradas. Isso já pressionou o Ibovespa em 2013 e deve continuar afetando negativamente o mercado neste ano, que é eleitoral e, por isso, a situação não tende a melhorar", afirma Figueredo.
Hoje, o Banco Central divulgou seu relatório Focus, no qual o mercado voltou a reduzir sua expectativa de crescimento para a economia brasileira em 2014. A projeção passou de 2% a 1,95% –foi a primeira vez que o número ficou abaixo dos 2% desde que começou a ser divulgado, no início de 2013.
No exterior, o mercado repercute negativamente os dados da pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC/Markit sobre o setor e serviços da China, que levantaram preocupações em relação ao ritmo da recuperação do país ao cair para 50,9 em dezembro, menor nível desde agosto de 2011, ante 52,5 em novembro.
Nos EUA, o ritmo de crescimento do setor de serviços desacelerou pelo segundo mês consecutivo em dezembro. O índice do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) recuou para 53 no mês passado, ante 53,9 em novembro.
CÂMBIO
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou com leve desvalorização de 0,16% em relação ao real, cotado em R$ 2,378 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,12%, a R$ 2,377.
O Banco Central realizou pela manhã um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A operação estava prevista em seu plano de intervenções diárias no câmbio. Ao todo, o BC vendeu 4 mil contratos com vencimento em 2 de maio de 2014, por US$ 199,1 milhões.