Folha de S. Paulo


Presidente do Fed fala em "otimismo cauteloso" e recuperação "incompleta" dos EUA

O presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Ben Bernanke, disse nesta sexta (3) que "há bases para um otimismo cauteloso" tanto para as economias avançadas quanto para as emergentes.

No discurso feito na Filadélfia, que deve ser seu último no cargo antes que a presidência do Fed seja entregue a Janet Yellen, Bernanke afirmou que as reformas na Europa e no Japão são difíceis e "ainda estão em estágio muito inicial", mas que há indícios de crescimento mais forte.

O presidente do Fed também ressaltou que países emergentes aceleraram seu crescimento, depois de algum desaquecimento no primeiro semestre de 2013, mas alertou para a necessidade de reformas extensas e efetivas.
México e China foram citados como exemplos de países em que será preciso acompanhar o efeito das reformas.

Para Bernanke, a recuperação econômica dos EUA está "claramente incompleta", uma vez que o desemprego ainda ronda os 7%. Mas que a fase mais crítica da tempestade já se afastou.

"A combinação de recuperação financeira, equilíbrio no mercado imobiliário, menos restrições fiscais e política monetária forma uma boa base para o crescimento econômico dos EUA nos próximos períodos."

Por causa dessa perspectiva, no último mês, o banco central americano reduziu seu programa de incentivo à economia. Passou a injetar US$ 75 bilhões por mês nos EUA, em vez dos US$ 85 bilhões anteriores. Até o final do ano, dependendo da recuperação americana, espera-se que as injeções de recursos deixem de ser feitas.

Bernanke também afirmou que a recuperação econômica após a recessão de 2007 a 2009 teria sido mais débil sem o programa de estímulos do Fed.

O Senado dos EUA deve votar na segunda-feira a confirmação da atual vice do Fed, Janet Yellen, para o comando do BC americano. O mandato dela começa em 1º de fevereiro.


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