Folha de S. Paulo


No primeiro pregão do ano, dólar sobe e vai a R$ 2,40; Bolsa cai

O dólar apresenta forte alta em seu primeiro pregão do ano e já bate R$ 2,40, após ter encerrado 2013 na casa de R$ 2,36.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 1,63%, a R$ 2,400, enquanto o comercial, usado no comércio exterior, tinha alta de 1,83%, a R$ 2,401.

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A alta expressiva é reflexo das decisões tomadas pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) e pelo BC brasileiro no final do ano passado, de acordo com Victor Hugo Galhardo, operador de câmbio da corretora Treviso.

"Os investidores estão reagindo agora à decisão do Fed de cortar gradualmente os estímulos à economia americana e ao anúncio do Banco Central de que vai reduzir o programa de intervenções diárias no mercado cambial", afirma.

Em 18 de dezembro, o Fed anunciou que cortaria de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões seu programa de recompra mensal de títulos públicos a partir deste mês, diante de indicadores que apontavam para a retomada da economia americana.

Com a diminuição do estímulo, cai o volume de recursos disponíveis para investimento fora dos EUA, como no Brasil, o que prejudica o mercado de ações e pressiona para cima a cotação do dólar sobre o real.

Pouco depois do anúncio do Fed, o Banco Central brasileiro decidiu reduzir a oferta fixa de dólares no mercado doméstico de US$ 3 bilhões para US$ 1 bilhão por semana. O programa em seu novo molde passa a vigorar a partir desta quinta-feira (2).

"Houve um entendimento do mercado que essas decisões iriam ter reflexo a partir do início do ano", afirma Galhardo, que acredita que o dólar tem fôlego para ir além de R$ 2,40 nos próximos pregões.

Seguindo os novos moldes de seu programa de leilões diários, o BC ofertou 4.000 contratos de swap cambial –equivalente à venda de dólares no mercado futuro– com vencimento em 2 de maio por US$ 199 milhões. Com isso, a quantidade de dólares no mercado diminui.

No ano passado, o BC ofertava 10 mil contratos por dia nas ofertas de swap cambial tradicional de segunda a quinta-feira, e realizava também leilões às sextas-feiras de dólares com compromisso de recompra.

BOLSA

Após fechar 2013 com desvalorização de 15,5%, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caía nesta segunda-feira.

Às 10h43, o índice tinha baixa de 0,45%, 51.273 pontos.

De acordo com Ricardo Nogueira, superintendente de operações da corretora Souza Barros, os investidores aproveitam o dia para embolsar parte dos lucros de segunda-feira, quando o Ibovespa subiu 0,46%.

"Hoje e amanhã vão ser dias fracos em termos de volume e de expressão das cotações. Muitos investidores estão aproveitando para ajustar suas carteiras, aproveitando a agenda fraca da semana", afirma.

Em relatório, a corretora Planner lembra que o cenário para a Bolsa em 2014 é de incertezas. "Sem grandes mudanças na política econômica antes da eleição presidencial em outubro, permanecem no radar a redução do programa de estímulo à economia dos EUA e o risco de rebaixamento da nota de crédito do Brasil", diz.

Com Reuters


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