Folha de S. Paulo


Bolsa brasileira sobe em dia de poucos negócios; dólar tem alta

Na última sessão do ano, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, abriu em alta nesta segunda-feira (29), mas o dia deve ser fraco em termos de volume financeiro por causa da agenda esvaziada, sem grandes indicadores econômicos.

Às 11h45, o Ibovespa subia 0,68%, aos 51.618 pontos, impulsionado pela alta das ações da mineradora Vale. No mesmo horário, os papéis preferenciais da empresa subiam 1,45%, a R$ 32,88, e os ordinários tinham alta de 0,90%, a 35,82. Juntos, ambos representam 11,48% do Ibovespa.

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Na sexta-feira a Vale declarou força maior em uma série de contratos de minério de ferro, devido a fortes chuvas no Sudeste brasileiro que afetam o transporte por ferrovia e o embarque da commodity, estimando que o impacto sobre os embarques seja de 3 a 4 milhões de toneladas em 2013.

A falta de noticiário relevante no dia deve fazer com que a Bolsa tenha poucos negócios nesta segunda. Nos Estados Unidos, está prevista a divulgação do número de vendas de casas pendentes e a atividade da manufatura pelo Fed Dallas.

Mas nem mesmo uma alta ajudará o principal índice da Bolsa brasileira a escapar da lanterna dos investimentos no ano. Até agora, acumula queda de mais de 15%.

Em relatório, a corretora Planner afirma que as perdas no mercado de ações em 2013 devem fazer com que os "investidores sigam na retranca no começo do ano".

CÂMBIO

O dólar começou o dia em baixa diante do real, mas virou e passou a subir ainda nesta manhã. Às 12h02, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,09%, a R$ 2,346, e o comercial, usado no comércio exterior, tinha alta de 0,38%, a R$ 2,348.

Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, a alta se deve a um movimento técnico da moeda, após ter batido, há duas semanas, na casa de R$ 2,39. "Desde então o dólar veio numa tendência de desvalorização frente ao real. Hoje a agenda econômica está fraca e o mercado tem baixa liquidez", afirma.

A alta também ocorre em meio à disputa dos investidores antes da formação da taxa Ptax do ano, que serve de referência para diversos contratos cambiais e que é calculada diariamente pelo Banco Central por volta da hora do almoço. Operadores costumeiramente brigam para influenciar a taxa de forma a favorecer suas posições.

Outro fator que poderia influenciar a moeda americana era o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre alguns meios de pagamentos em moeda estrangeira, como cartão de débito, pré-pago e cheques de viagem (traveler cheques), anunciado na sexta-feira (27) após o fechamento dos mercados.

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade a seu programa de intervenções diárias, com a oferta de 10 mil contratos de swap cambial tradicional –equivalente à venda de dólares no mercado futuro.

O BC vendeu o lote total, colocando 3.600 contratos com vencimento em 5 de março de 2014 e 6.400 com vencimento em 1º de julho de 2014. A operação teve volume financeiro equivalente a US$ 497 milhões.

Com Reuters


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