Folha de S. Paulo


Vendas de Natal têm pior desempenho em 11 anos, segundo Serasa Experian

Crédito restrito, confiança em baixa, juros em alta e dólar mais caro levaram os brasileiros a reduzir o ritmo de consumo neste Natal, a principal data do ano para o comércio. Balanços preliminares indicam o pior desempenho em 11 anos.

Os fatores acima, somados ao ainda alto endividamento das famílias e à inflação elevada, provocaram, em 2013, uma desaceleração do comércio depois do forte ritmo registrado nos últimos anos. Até então, o consumo vinha se mantendo como o principal vetor de crescimento da economia brasileira.

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O fraco desempenho do Natal confirma as previsões de economistas de que o comércio deva fechar o ano com o menor crescimento em uma década.

Segundo a Serasa Experian, as vendas do varejo no país subiram 2,7% no período entre 18 a 24 de dezembro, o menor percentual desde quando o dado começou a ser medido, em 2003. A média anual de crescimento no período foi de 7,55%.

Dados da Boa Vista também indicam perda de ritmo. O crescimento foi de 2,5%, ante os 4,1% registrados em 2012. Não há dados históricos para o indicador.

Eduardo Anizelli - 22.dez.13/Folhapress
Consumidores fazem compras de última hora no shopping Ibirapuera
Consumidores fazem compras de última hora no shopping Ibirapuera

Os balanços de ambas as empresas são feitos com base nas consultas dos varejistas aos bancos de dados disponíveis sobre os consumidores.

Nos shoppings, as vendas tiveram um incremento de 5%, o menor ritmo dos últimos cinco anos, segundo a Alshop (associação do setor).

Para o presidente da entidade, Luiz Augusto Idelfonso, a desaceleração veio para ficar. "A volúpia de compras acabou. As pessoas ja compraram o que precisavam e agora estão fazendo reposição", diz.

O gasto individual do brasileiro nos shoppings neste Natal caiu 10% com relação ao ano anterior. Nos empreendimentos populares, o ticket médio ficou entre R$ 35 e R$ 55. Já nos de classe média e alta, variou entre R$ 75 e R$ 125.

E-COMMERCE

No comércio eletrônico, as vendas de final de ano superaram as expectativas. Os gastos dos consumidores entre 15 de novembro até 24 de dezembro somaram R$ 4,3 bilhões e representaram um avanço de 41% em relação ao ano anterior.

A consultoria e-bit, responsável por compilar os dados, esperava um crescimento de 25%. De acordo com a entidade, os gastos da ação promocional da Black Friday, em 29 de novembro, contribuíram para o aumento. Só naquele dia, o varejo on-line movimentou R$ 770 milhões.


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